País

Louçã deixa um conselho a quem "subestima" Mariana Mortágua

O fundador do Bloco de Esquerda acredita que o Bloco "ganhava muito se houvesse eleições antecipadas", mas acrescenta que não é o momento para voltar às urnas.

Filipa Traqueia

Marina Mortágua foi, este domingo, eleita coordenadora do Bloco de Esquerda. Sucede a Catarina Martins que, durante 11 anos, liderou o partido. Francisco Louçã, fundador e antigo coordenador do BE, deixa elogios à coordenadora cessante e sublinha que é “um grande ativo” para o partido.

“Provavelmente, Catarina [Martins] poderá voltar a ser candidata a um outro órgão, em algum momento. Acho que isso não está excluído”, disse Francisco Louçã em declarações à SIC Notícia. “Ela tem um tempo para poder ter uma intervenção direta perante o eleitorado e eu acho que isso faz bem. É um grande ativo, uma figura de referência da esquerda.”

Em 2012, Francisco Louça passou a liderança do Bloco de Esquerda a Catarina Martins e João Semedo. Na altura, o fundador não quis “criar nenhum peso ou sombra sobre a nova liderança”. Agora, considera que as “circunstâncias são muito diferentes”.

“A Mariana [Mortágua] fez parte da equipa de Catarina [Martins] e desse ponto de vista trabalharam juntas!, sublinha. “Há muita proximidade e eu creio que elas procuram manter essa capacidade de cooperação de uma forma intensa. Até porque a Catarina, sendo tão nova e tendo esta experiência e talento extraordinário, acho que pode fazer diferente do que eu poderia fazer.”

Louçã deixa ainda elogios à nova coordenadora do partido, sublinhando a sua preparação, força, “alegria e comunicabilidade” junto dos jovens.

“A capacidade de seduzir, ouvir, aprender, marchar junto, acho que essa força a mariana tem. E aconselho a quem a subestima, que veja bem do que se trata”, acrescenta

Bloco “ganhava muito se houvesse eleições antecipadas”

Francisco Louçã destaca as capacidades de Mariana Mortágua para disputar – e até integrar – um Governo no futuro. Lembra, no entanto, que “não há eleições amanhã” e que o Bloco é atualmente “pequeno”.

“Não há eleições amanhã, o Bloco [de Esquerda] hoje é pequeno, não determina o Governo. Terá muito mais votos nas próximas eleições, não tenho a menor dúvida”, afirma. “O que acontecerá quando não houver maioria absoluta – porque não vai haver maioria absoluta e espero que não haja um Governo de direita com a extrema direita – aí veremos. Já não será António Costa, já será outro ciclo político não só para o Bloco como para os outros partidos.”

O fundador do Bloco de Esquerda defende que “as eleições devem ser no momento em que seja absolutamente necessário ou no prazo certo” e que o “Bloco não deve pôr a sua conveniência partidária à frente disso”.

Apesar de considerar que é cedo para pensar em eleições antecipadas, Francisco Louçã considera “difícil que esta maioria absoluta, a continuar como está, não provoque eleições antecipadas”.

Últimas