A jornalista do jornal Expresso, Ana Lúcia Arreigoso, analisa e explica a notícia que dá conta do encerramento de duas maternidades já este verão, o que obrigará a várias alterações logísticas.
Começa por referir que a funcionar em pleno, na região de Lisboa e Vale do Tejo, durante o verão, estará o Hospital de Abrantes, a Maternidade Alfredo da Costa e o Hospital de Cascais. Prossegue dizendo que o Hospital São Francisco Xavier vai começar a funcionar sem constrangimentos quando "absorver parte das equipas do Hospital de Santa Maria para que os partos sejam ali realizados a partir de agosto", mês em que o Santa Maria encerra para obras.
Ainda assim, algumas equipas manter-se-ão no centro hospitalar mesmo depois do encerramento de forma a que seja dada resposta "a situações muito concretas com algum grau de complexidade".
Para além do Hospital Santa Maria, também o das Caldas da Rainha estará encerrado e as grávidas serão desviadas para Leiria, já a partir do dia 1 de junho.
Privados serão alternativa
Nota que agora surgiu uma novidade "que não é de menor importância" que passa pela utilização de hospitais privados.
"Há aqui três grande grupos privados na região de Lisboa e serão esses que irão dar resposta", afirma.
Contudo, a jornalista questiona, "quem é vai para estas camas?". Segundo a direção executiva do SNS , serão transferidas as grávidas a partir das 36 semanas de gestação por iniciativa do INEM, ou seja, "não é uma grávida que decide por ela ir fazer o seu parto a um bloco privado", clarifica.
Diz que não podem existir faltas de comunicação entre o INEM e a rede hospitalar, tal como já se verificou por diversas vezes anteriormente. Portanto, frisa, é necessário que o sistema de comunicação "seja bem trabalhado até ao verão, caso contrário podem acontecer alguns problemas".
Obras no Santa Maria
A jornalista acredita que as intervenções "vão mesmo arrancar", mas atira que o prazo de conclusão de um ano pode vir a não ser cumprido, tal como tem vindo a ser normal com outras obras. Garante que as obras eram mesmo necessárias, mas não só no Santa Maria. Segundo Ana Lúcia Vieira, também outros blocos carecem de intervenção.
"Se não houver desde logo capacidade física nas infraestruturas dos hospitais, e nós sabemos que o SNS está muto, muito envelhecido, não há capacidade de quem lá trabalha aumentar a resposta", vinca.