O vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Azevedo e o empresário Paulo Malafaia, detidos no âmbito da operação Babel, ficaram esta sexta-feira em prisão preventiva, após um interrogatório que decorreu no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
O empresário israelita Elad Dror, CEO do grupo imobiliário Fortera, está obrigado a prestar uma caução de um milhão de euros, a entregar o passaporte às autoridades e proibido de se ausentar do País.
À saída do tribunal, Elad Dror declarou que "vai pagar o milhão de euros" que lhe foi aplicado como medida de coação para poder ficar em liberdade.
Dror manifestou-se convicto de que o projeto da torre Skyline, que pretende construir em Vila Nova de Gaia e que será o prédio mais alto do País, "vai continuar" e que a empresa que dirige "vai prosperar", admitindo, contudo, que sem ele na liderança devido às circunstâncias em que foi envolvido.
"Isto só aconteceu porque provavelmente sou interessante para o público. Vou tornar-me menos interessante, vou dedicar-me à família", disse.
Já o advogado João Lopes ficou em prisão domiciliária e Amândio Dias, funcionário da Direção Regional de Cultura do Norte, suspenso de funções.
A medidas de coação foram decididas pelo juiz de instrução criminal após três dias de diligências, que começaram quarta-feira. Todos os arguidos ficam proibidos de contactar entre si e com arguidos que possam vir ainda a ser constituídos.
A operação Babel levou a sete detenções por suspeitas dos crimes de corrupção, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem no favorecimento de grupos imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros.