O Centro Hospitalar Universitário do Algarve vai avançar com uma auditora a toda a atividade clínica do serviço de cirurgia de Faro, de forma assegurar que algum ajuste necessário será efetuado. Ainda assim, até prova em contrário, mantém a confiança nos dois médicos alvo de uma queixa-crime por parte de uma médica interna. Diana Carvalho Pereira, entretanto, pediu a suspensão da formação por falta de confiança no orientador do internato.
Há um inquérito aberto pelo Ministério Público e outro aberto pelo hospital, uma comissão independente nomeada pela Ordem dos Médicos. O caso está já também nas mãos da Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
Além de todas as diligências para apurar a veracidade da denúncia de uma médica sobre os 11 casos de alegados erros médicos e negligência ocorridos nos últimos três meses no serviço de cirurgia, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve vai avançar também com uma auditoria a toda a atividade clínica no serviço de cirurgia este ano, em 2019 e 2015.
Diana Pereira, que tinha começado o internato há apenas três meses, acusa o orientador e o diretor de serviço de más práticas, que terão causado a morte a três doentes e lesões em vários outros. Nos próximos dias, deverá estar pronto o inquérito interno pedido pelo próprio hospital a um médico sénior, de Portimão.
Na sexta-feira, a comissão independente nomeada pela Ordem dos Médicos e composta por cirurgiões de todo o país deverá estar em Faro para analisar o caso.
Entretanto, de férias no estrangeiro, Diana Carvalho Pereira confirma ter pedido a suspensão da formação, até que lhe seja nomeado um novo orientador de internato. A médica refere que, com a apresentação da queixa-crime contra o orientador de formação, está perdida a confiança nele e no diretor do serviço, uma perda de confiança sentida também por parte dos médicos acusados. Diana já tinha sido proibida de exercer qualquer atividade clínica sem supervisão de um especialista.