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Como funcionou o esquema de faturas falsas liderado por Luís Filipe Vieira?

Luís Filipe Vieira é acusado de liderar um esquema de faturas falsas para gerar quase 1,5 milhões de euros em dinheiro, no processo "Saco Azul". O esquema começou em 2016 e durou cerca de um ano. O Estado terá sido lesado em 500 mil euros.

SIC Notícias

Luís Filipe Vieira é acusado de liderar um esquema de faturas falsas para gerar quase 1,5 milhões de euros em dinheiro. Terá tido a ajuda de uma empresa informática com a qual terá assinado contratos fictícios.

Em 2017, é o banco Eurobic que avisa a Polícia Judiciária e o Ministério Público por suspeitas de levantamentos de altas quantias em numerário. O esquema já se repetia há meses.

O sócio de uma empresa, a Questão Flexível, que alegadamente prestava serviços de consultoria à Benfica SAD e à Benfica Estádio, ligava para a gestora do BIC a pedir para levantar dinheiro e chegava mesmo a dizer que tipo de notas queria e quantas queria.

No dia em que soaram os alarmes, José Bernardes, o gerente da empresa, tenta levantar 250 mil euros. O Eurobic exerce o direito de abstenção, não autoriza a operação e a avisa as autoridades.

A acusação defende que a empresa, Questão Flexível, tinha na prática contratos que eram fictícios com a Benfica Sad e a Benfica Estádio. Passava faturas, que eram falsas e, assim, Luís Filipe Vieira conseguiu retirar dos fundos das sociedades do Benfica 2 milhões e 200 mil euros.

O gerente da empresa recebia 11% de cada fatura que emitia e os outros 89% voltavam às sociedades do Benfica, mas ai já em dinheiro vivo. No total, chegou em numerário quase 1 milhão e meio de euros.

Cúmplices

Vieira é acusado de liderar o esquema, mas contava com a ajuda quer de Domingos Soares Oliveira, administrador, e de Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do grupo Benfica. Terá sido Miguel Moreira que encontrou o cúmplice para o esquema, José Bernandes, o gerente da empresa de consultoria e informática.

Tudo isto aconteceu numa altura em que o Benfica contava com a ajuda de multinacionais, como a Microsoft, por exemplo, para fazer uma revolução tecnológica no clube.

Mas o Ministério Público acredita que a empresa Questão Flexível não participou em nada da revolução tecnológica, não prestou qualquer tipo de serviço e era tudo simulado.

Além do Eurobic, fizeram exatamente o mesmo esquema no Millenium BCP.

Prejuízo para o Estado

No total, foram 19 operações bancárias, 19 faturas que foram emitidas, entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017.

No meio de todo este esquema, o Estado terá sido prejudicado, em IVA e IRC, no total de meio milhão de euros.

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