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Jovens que agrediram imigrante nepalês em Olhão ficam em prisão preventiva

Os três jovens foram detidos na segunda-feira por suspeitas de agressão e roubo a vários cidadãos estrangeiros, em Olhão.

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SIC Notícias

Os três jovens de 16 anos foram detidos no início desta semana e na terça-feira foram ouvidos no Tribunal de Faro, onde apenas um dos elementos do grupo quis prestar declarações. Esta quarta-feira foi-lhes aplicada a medida de coação de prisão preventiva.

No início do mês de fevereiro começaram a circular várias imagens que mostravam as agressões de um grupo de jovens a um imigrante de nacionalidade nepalesa.

O grupo atacou e roubou o homem que estava a andar de bicicleta nas ruas de Olhão, após ter saído do restaurante onde trabalhava.

Segundo apuraram as forças policiais, os três jovens que ficaram em prisão preventiva integram um grupo de 11 elementos-oito rapazes e três raparigas-que operava nas ruas da cidade algarvia com o intuito de se afirmar socialmente.

Os adolescentes, com idade compreendidas entre os 14 e os 16 anos, são associados a, pelo menos, oito crimes de roubo e agressão, apenas no mês de janeiro.

Jovens podem ficar em prisão domiciliária

André Caetano, advogado de um dos jovens detidos, falou à SIC à saída do Tribunal de Faro e disse que a medida de coação aplica aos adolescentes “não é proporcional”, visto que nenhum dos elementos tem antecedentes criminais.

O representante apontou ainda que as agressões levadas a cabo pelos intervenientes foram meramente “atos inconsequentes fruta da imaturidade”, que não fazem dos jovens “verdadeiros criminosos”.

O Tribunal de Faro, revelou o advogado, deixou em cima da mesa a possibilidade de os três detidos cumprirem a medida de coação em regime de prisão preventiva, caso “se reúnam as condições necessárias”.

Família está inconformada

André Caetano revelou ainda que o estado emocional do jovem que representa “é devastador”. Acrescentou que a família não entende a decisão do tribunal e não aceita que os três jovens sejam integrados no sistema prisional.

Como operava o grupo

Para além do violento assalto captado pelas câmaras dos agressores, os 11 elementos do violento grupo operavam regularmente nas ruas de Olhão.

As suas vítimas eram, geralmente, cidadãos estrangeiros ou pessoas mais jovens e vulneráveis. Entre as agressões que lhes são atribuídas, estão o ataque a um sem-abrigo e a um outro jovem de 16 anos de nacionalidade brasileira.

Comunicavam através de um grupo na rede social Instagram, com o nome de 8700- alusivo ao código postal da cidade. Nesse grupo exclusivo combinavam todos os detalhes das agressões e dos furtos, bem como vídeos e fotografias dos mesmos.

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