Menos frio, mais chuva e níveis de humidade relativa no ar a rondarem os 100% podem explicar o ‘fenómeno’ de humidade que está a atingir a casa de muitos portugueses, com relatos de tetos, paredes e objetos com manchas de bolor ou roupa lavada que nunca mais seca.
Afinal, o que se passa?
Dezembro de 2022 foi o dezembro mais quente dos últimos 92 anos, com as temperaturas mínima, média e máxima do ar a registar valores acima do normal, indica o IPMA.
Para além das temperaturas mais elevadas, a chuva não deu tréguas e em dezembro choveu 250.4mm, o segundo valor mais alto desde o ano 2000. A somar a isto, o IPMA tem registado valores máximos de humidade relativa no ar a rondar os 100%.
Estes fatores, todos juntos, podem explicar o aumento visível dos danos causados pela humidade nas casas.
Qual o nível “ideal” de humidade relativa no ar que devo ter em casa?
Manter o nível de humidade dentro de casa dentro dos valores “ideais” evitará problemas de maior. A humidade em excesso pode provocar problemas de saúde, como infeções respiratórias, alergias e até asma. Pelo contrário, humidade a “menos” traduz-se no ar demasiado seco, podendo provocar irritações nas vias aéreas.
De acordo com a Deco, o ideal é que a humidade relativa do ar dentro de casa esteja entre os 40% e os 60%.
Como posso reduzir a humidade dentro de casa?
Para manter o nível de humidade dentro de casa dentro destes níveis “ideais”, a Deco recomenda simples ações que pode realizar no dia a dia. São elas:
- Quando estiver a cozinhar, tape as panelas e ligue o exaustor
- Evite ao máximo secar a roupa dentro de casa. Se não for possível, ventile ou areje a divisão
- Abra as janelas e areje a casa todos os dias (mesmo que seja por pouco tempo)
- Utilize um desumidificador nas divisões mais afetadas (não se esqueça de fechar as portas e janelas da divisão para uma extração mais rápida da humidade)
Quais as consequências da humidade em excesso?
A Deco explica que se o nível de humidade no ar exceder os 70% de forma contínua, “o risco de aparecimento e crescimento de fungos é significativo”. Esclarece ainda que a humidade nas paredes “é o habitat perfeito para ácaros, fungos e bactérias responsáveis por provocar doenças e alergias”. A humidade em excesso pode provocar:
- Bolor e deterioração de bens: manchas de bolor e mofo nos tetos, paredes e até em mobiliário e peças de roupa
- Condensação: paredes e janelas a escorrer água
- Problemas de saúde: problemas respiratórios, tosse, asma e doenças alérgicas
Em dezembro de 2020, uma criança de dois anos morreu devido à exposição prolongada ao bolor no apartamento em que vivia, no norte de Inglaterra. Os resultados do inquérito foram revelados no final do ano passado e mostram o verdadeiro e assustador impacto da humidade em excesso dentro de casa.
Para além de adotar as recomendações acima, a Deco alerta para a necessidade de verificar possíveis causas externas.
“A humidade nas paredes pode ter causas externas, muitas vezes associadas a problemas do edifício. Quando tal se verificar, peça a opinião de um profissional validado”.