O PCP diz que é inaceitável o valor da indemnização pago a Alexandra Reis, numa altura em que os portugueses estão a sofrer os efeitos da inflação. O partido considera que o governo tem de evitar situações semelhantes no futuro. O deputado comunista, Jorge Pires, diz que a demissão da secretária de Estado do Tesouro não surpreende o partido.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, pediu esta terça-feira a demissão de Alexandra Reis após a polémica indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-administradora. A demissão foi “prontamente aceite” pela secretária de Estado.
Medina sublinhou que quer que o Ministério das Finanças “permaneça um referencial de estabilidade, de autoridade e de confiança”, “valores fundamentais à boa condução da política económica”.
A secretária de Estado do Tesouro recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos. Meses depois, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).
O caso, noticiado no passado sábado pelo Correio da Manhã, mereceu críticas de toda a oposição e levou os ministros das Finanças e das Infraestrutura e Habitação e pedir à administração da TAP "informações sobre o enquadramento jurídico do acordo" celebrado com Alexandra Reis, incluindo a indemnização paga.
Numa declarações escrita enviada à agência Lusa, Alexandra Reis disse que nunca aceitou, e que devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.