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Os fatores que levam à pressão dos serviços de urgência

Há diferentes tipos de problemas nas urgências pelo país, refere especialista Tiago Correia.

SIC Notícias

A falta de médicos está a pôr em causa o funcionamento de várias urgências hospitalares. A urgência pediátrica do Hospital de Setúbal vai fechar durante uma semana e o Garcia de Orta, em Almada, voltou a pedir o desvio de doentes não críticos para outras unidades. O professor de Saúde Pública Internacional Tiago Correia considera que há cinco fatores que levam a estas situações.

"Há cinco grandes fatores que levam a estas situações, mais na Área Metropolitana de Lisboa e pontualmente noutras regiões: a falta de profissionais, um subdimensionamento dos hospitais para a população que servem, a procura por pessoas que não têm indicação para irem às urgências, a sazonalidade da situação epidemiológica".

Tiago Correia salienta também o problema da gestão das camas, a gestão das altas, as situações sociais que não são situações clínicas.

"Aquilo que nós estamos a assistir não é só falta de médicos, é a incapacidade que os hospitais têm de 'escoar' doentes que estão internados e que já não têm indicação clínica para estarem internados. são os chamados casos sociais e os hospitais cumprem uma missão humanitária não vão estar a 'despejar' pessoas mesmo que já não têm indicação clínica para estarem lá"

É preciso reforçar os cuidados de saúde primários, que já estão com uma elevada pressão, refere.

“Não podemos fabricar profissionais de um momento para o outro”

"O ministro da Saúde tem que tomar decisões. A decisão mais imediata é pedir aos profissionais do SNS mais um esforço, depois de todo o esforço que já foi pedido. Garantir que aqueles que estão a trabalhar têm algum tipo de compensação para fazer, outra vez, um pouco mais, ou muito mais, além daquilo que é suposto fazerem".

Uma compensação financeira para todos estes profissionais de saúde, sejam de hospitais, sejam de centros de saúde, sublinha Tiago Correia

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