O primeiro-ministro, António Costa, considera que a saída de Cotrim de Figueiredo da Iniciativa Liberal é “natural”.
Costa acusa a Iniciativa Liberal de ter a mesma postura política que o Chega e de ter decidido “competir” com este partido.
Posto isto, o primeiro-ministro admite que a saída dele é “natural” por perceber “que João Cotrim Figueiredo não se sentisse à vontade nesse estilo de luta livre no meio do lamaçal”.
"Conheço-o bem, admito que não se sinta bem, foi uma opção estratégica que a Iniciativa Liberal fez e, não sei porquê, a direita democrática em Portugal tem um fascínio pelo Chega", observou.
A direita democrática, "em vez de se demarcar do Chega para afirmar a sua identidade, tem a voragem de normalizar e conviver com o Chega e de imitar o Chega", diz António Costa, que deixa ainda um alerta, tomando Itália como exemplo: “Deviam olhar para Itália e ver o que acontece quando os partidos da direita democrática começam a normalizar a extrema-direita. Quando isso acontece acabam a ser liderados pela extrema-direita. Portanto, bom futuro e continuem com essa estratégia que vão longe”.
João Cotrim de Figueiredo anunciou este domingo que vai deixar a liderança da Iniciativa Liberal. As eleições para a Comissão Executiva vão ser antecipadas cerca de um ano e o presidente anunciou que não será novamente candidato ao cargo.