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Os receios dos médicos e as soluções da administração do Hospital São Francisco Xavier

A ameaça de demissão em bloco mantém-se e esperam-se perturbações nas urgência no mês de agosto.

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SIC Notícias

Os chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier reuniu-se com a administração perante a ameaça de demissão em bloco. De acordo com o delegado sindical, Diogo Bruno, a reunião serviu para os médicos do hospital apresentarem os "receios que tinham relativamente ao mês de agosto" e tentar perceber que tipo de soluções estão a ser ponderadas.

O médico obstetra e delegado sindical indica que o conselho de administração apontou como uma das soluções "a majoração do valor das horas extraordinárias", sendo que os profissionais de saúde estão a fazer horas extraordinárias desde o início do ano e "já estão muito cansados", afirma.

Perante a falha no acordo entre os médicos e a administração do Hospital São Francisco Xavier, a ameaça de demissão em bloco mantém-se, sublinha o médico Diogo Bruno. Porém, espera que as negociações cheguem a "bom porto" e que a administração reconheça que é um risco ter tão poucos médicos a trabalharem durante o mês de agosto.

O conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO) disse esta sexta-feira ter asseguradas "condições mínimas" para o funcionamento das urgências do Hospital São Francisco Xavier, onde os chefes do serviço de urgência anunciaram a demissão.

"Estão asseguradas as condições mínimas para as urgências funcionarem de um modo que não é aquilo que a gente quer, absolutamente, mas que mantêm a segurança", afirmou a presidente do conselho de administração, Rita Perez, sublinhando, a propósito da carta enviada pelo grupo de 19 assistentes hospitalares, que "não ficou claro e evidente que se iriam demitir".

Perante estas declarações, o delegado sindical, Diogo Bruno, afirma que a administração pretende evitar "alarmismos".

PERTURBAÇÕES NO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL EM AGOSTO

Na base desta situação está o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral (SUG) seja assegurada apenas por um assistente hospitalar (com função de chefia) e um interno de formação geral.

Perante a falta de profissionais de saúde, a urgência geral do hospital estará encerrada no período noturno e aos fins de semana, adianta o também delegado sindical.

"No mês de agosto, às noites e aos fins de semana, a urgência geral do São Francisco Xavier estará fechada (...) porque não tem recursos humanos suficientes. Vai ter apenas um especialista e um interno", garantiu o médico Diogo Bruno na sexta-feira.

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