A SIC sabe que terminou sem acordo a reunião entre os chefes da equipa de urgência do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, e a administração da unidade hospitalar. O encontro foi agendado depois de os médicos terem ameaçado demitir-se em bloco devido às escalas de urgência para o próximo mês que, avisam, não garantem a segurança aos utentes e profissionais.
Num comunicado enviado às redações, antes da reunião, o grupo avisa que "a constituição proposta no planeamento atual - e esperando que se mantenha ou até agrave (no período de inverno que se segue) a afluência atual e a necessidade de dois circuitos de animação - não estarão garantidas a capacidade de assistência e cuidados às pessoas que recorrem ao Serviço de Urgência de Geral do CHLO nem a segurança destas e dos profissionais que as assistem".
Apesar das ameaças, a presidente do Conselho de Administração do Hospital São Francisco Xavier disse que não está assegurada a demissão dos chefes das urgências. No final da reunião entre as duas partes, Rita Perez garantiu que estão reunidas as "condições mínimas" de segurança no hospital para o mês de agosto e explicou que no plano de férias estavam vagas para assistentes hospitalares que acabaram por não ser preenchidas.
Em declarações aos jornalistas após a reunião com os profissionais que subscreveram a carta, Rita Perez adiantou ter proposto a criação de um grupo de trabalho para resolver a falta de atratividade do SNS. "Isto é um problema de atratividade para o Serviço Nacional de Saúde. Agora já existe um instrumento legislativo que nos permite pagar horas extraordinárias de outra forma -- muito mais atrativa -- e a maioria das pessoas que estava nessa assembleia já poderá receber horas extraordinárias de outra forma", frisou.