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Serviços prisionais sul-africanos excluem envolvimento de terceiros na morte de João Rendeiro

“Ele estava numa cela única quando se enforcou”, segundo o porta-voz dos serviços prisionais.

Os serviços prisionais sul-africanos afirmam que não houve envolvimento de terceiros na morte de João Rendeiro e afastam a hipótese de homicídio. Contudo a investigação ainda não está encerrada, a autópsia deverá acontecer durante a próxima semana.

Os serviços prisionais sul-africanos afirmam que não há outros envolvidos na morte do banqueiro português. Garantem que João Rendeiro se encontrava numa cela individual, sem qualquer acesso exterior, quando se enforcou. Foi encontrado sem vida durante a noite de quinta-feira.

“Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele”, explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.

Segundo o responsável do Departamento de Serviços Penitenciários, “a investigação está em curso e o relatório da autópsia será dado a conhecer à família”, adiantando não ter ainda informação de quando é que a autópsia será realizada.

A exclusão de terceiros na morte do ex-banqueiro foi também avançada esta manhã pela CNN Portugal, com base em informações da polícia sul-africana.

Cônsul-honorário português em Durban já identificou o corpo de João Rendeiro

O cônsul-honorário de Portugal em Durban, Elias de Sousa, deixou hoje pouco antes do meio-dia (11:00 em Portugal) a morgue de Pinetown, confirmando que ali se encontra o corpo do ex-banqueiro João Rendeiro.

Com um lacónico “confirmo” durante breves declarações ao jornalistas, Elias de Sousa e a esposa deixaram o local com um semblante agastado e sem prestar mais declarações.

O corpo de João Rendeiro chegou à morgue a meio do dia, na sexta-feira, e a autópsia só poderá acontecer a partir de segunda-feira, altura em que são retomados os trabalhos após o fim-de-semana, referiu fonte do serviços forenses sul-africanos.

João Rendeiro estava detido na África do Sul desde 11 de dezembro do ano passado, após três meses de fuga para não cumprir pena em Portugal.

O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, com João Rendeiro a ter de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.

João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

Com Lusa

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