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Advogado de Azeredo Lopes diz que processo de Tancos foi “vergonhoso” até ao início do julgamento

O ex-ministro da Defesa garante que sai do “processo com a cabeça levantada”.

O advogado de Azeredo Lopes disse esta sexta-feira que o processo contra o ex-ministro da Defesa, no âmbito do furto e recuperação do armamento dos paióis de Tancos, resultou da “incompetência de todos os que intervieram” até ao início do julgamento.

Germano Marques da Silva reagia ao acórdão lido esta sexta-feira pelo Tribunal de Santarém que ilibou Azeredo Lopes de todos os crimes de que vinha acusado pelo Ministério Público, considerando que todo o processo até à fase de julgamento foi “vergonhoso”.

“Não sei se [houve] motivações políticas. [Houve] pelo menos incompetência de todos os que intervieram no processo até ao inicio do julgamento – Polícia Judiciária, Ministério Público, Juízo de Instrução”, disse o advogado, apelando a uma reforma da Justiça.

“Penso que não é preciso reformar os códigos. É preciso exigir que as pessoas que intervêm sejam competentes e sejam responsáveis pelas asneiras que fazem“, acrescentou.

Germano Marques da Silva afirmou que, desde que tomou conta do processo, percebeu que “não havia qualquer elemento de prova naquele processo, que tudo eram construções fantasiosas e a justiça não se faz assim, nem a lei permite que se faça assim”.

“O problema não é da lei é das pessoas que a aplicam”, declarou.

​​​​​À saída do Tribunal, Azeredo Lopes declarou-se satisfeito com a absolvição de todos os crimes de que era acusado.

Entrei neste processo com a cabeça levantada, passei por este processo com a cabeça levantada e saio deste processo com a cabeça levantada, o que era, para mim, muito importante. Em segundo lugar, tanto o Ministério Público como o coletivo confirmaram plenamente aquilo que sempre disse e que era a verdade. É importante verificar que saio deste processo sem reparo”, declarou aos jornalistas à saída do julgamento.

Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo na sequência do processo, estava acusado e pronunciado por quatro crimes: denegação de justiça e prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder e denegação de justiça.  

Em sede de alegações finais, o Ministério Público tinha pedido a absolvição do antigo governante – e de mais 10 arguidos -, considerando que a conduta do ex-governante se pautou apenas por uma “omissão do ponto de vista ético”, ao não diligenciar no sentido de ser levantado um processo disciplinar aos elementos da Polícia Judiciária Militar.

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