À saída do Hospital das Forças Armadas, onde ontem foi operado, o Presidente da República foi questionado sobre o facto de o primeiro-ministro ter admitido o prolongamento das medidas para lá da semana de contenção devido à nova variante Ómicron, que corresponde já a 10% dos novos casos.
"O senhor primeiro-ministro apresentou um cenário, estamos com uma determinada orientação, que se tudo correr bem não implicará mais restrições. [Mas e] se for necessário, reforçamos a restrições, parece-me que é sensato", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, mostrando porém confiante de que as "pessoas percebem" o que se está a passar e sabem com "devem comportar-se" nos próximos dias.
A afirmação surge depois de, esta manhã, António Costa ter dito que as medidas atualmente em vigor vão "seguramente" ser "prorrogadas, porque a 9 de janeiro não vamos estar em condições de [as] retirar". "Devemos prever que a partir de 9 de janeiro vamos ter que manter as medidas de controlo das fronteiras", avançou o primeiro-ministro, admitindo ainda um "reforço" de medidas se for necessário por causa da nova variante Ómicron.
Quanto às fronteiras, e a um eventual encerramento, Marcelo considerou que "não vale a pena pôr o carro à frente dos bois" porque "depende da evolução interna e externa", pelo que, neste momento, "não vale a pena especular".
E sobre uma possível 4.ª dose da vacina? "No fundo, estamos a caminhar para que o que houve quando a velha gripe apareceu e, com a periodicidade de nove meses a um ano, haver eventualmente a vantagem em certos grupos populacionais de administrar periodicamente vacinas. Pode ser que seja esse o caminho", reconheceu Marcelo, depois de hoje o chefe do Governo ter admitido que a 4.ª dose é "infelizmente, de prever que vá acontecer".
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