O PSD qualificou esta terça-feira o ministro da Administração Interna de "zombie político", fragilizado pelo caso da morte de um cidadão ucraniano por membros do SEF, e que "vai arrastar-se" no cargo nos próximos meses.
"Preso por arames, o senhor ministro vai arrastar-se neste cargo, mas vai fazê-lo como um zombie político. E isso é tudo o que Portugal não precisa", afirmou Carlos Peixoto, deputado do PSD, na abertura da audição do ministro Eduardo Cabrita, na comissão de Assuntos Constitucionais sobre o caso da morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, nas instalações do SEF, no aeroporto de Lisboa, em março.
Carlos Peixoto responsabilizou politicamente tanto Eduardo Cabrita como o primeiro-ministro, António Costa, que manifestou a sua confiança no governante.
E utilizou as afirmações do diretor nacional da PSP, Magina da Silva, domingo, em que preanunciou uma eventual fusão do SEF e da PSP, para dar lugar uma nova estrutura, para tentar provar a fragilidade do ministro.
Concluindo, criou-se "outro problema", com o "um diretor da PSP a dizer o que ia ser feito" e a "mostrar que no Governo já ninguém manda".
Carlos Peixoto ironizou que esta terça-feira o ministro parecia mais calmo para tentar "normalizar" os acontecimentos do que na conferência de imprensa em que fez uma "anedótica vitimização", disparou para todo o lado, atingindo-se até a si próprio.
Para o deputado social-democrata, o ministro fez "tudo em cima do joelho" e teve sempre o apoio do primeiro-ministro, que corresponsabilizou politicamente pelo caso.
E até o envio de condolências, nove meses depois da morte do cidadão ucraniano, "parecem lágrimas de crocodilo", dado que se tratou da terceira vez que o Portugal fez.
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