Lisboa Capital Verde Europeia 2020 arranca oficialmente no sábado, dia em que a capital portuguesa recebe o testemunho da cidade norueguesa de Oslo.
A plantação de 20 mil árvores - contribuindo para o objetivo de ter mais 100 mil árvores na cidade até 2021 -, a inauguração de espaços verdes e do Museu da Reciclagem, várias exposições e conferências, espetáculos e atividades com escolas e universidades integram o programa, disponível no portal lisboagreencapital2020.com.
O município de Lisboa pretende ser "uma cidade europeia de referência em 2030" ao nível da mobilidade e ambiciona atingir a neutralidade carbónica até 2050, tendo anunciado para esta década metas como a redução das viagens em automóvel de 57% para 33%, a diminuição de 60% das emissões de dióxido de carbono e a obtenção de uma potência fotovoltaica instalada de 100 megawatts.
A cerimónia oficial da abertura da Lisboa Capital Verde Europeia realiza-se no sábado às 15h00 no Parque Eduardo VII e conta com as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente da autarquia, Fernando Medina.
Os principais objetivos de Lisboa, Capital Verde Europeia em 2020
Energia e emissões
- Redução de 60% nas emissões de dióxido de carbono até 2030.
- Atingir a neutralidade carbónica até 2050.
- Poupança energética: 60% de redução do consumo energético (30% nos edifícios municipais; 20% no consumo geral residencial e de serviços; 10% na indústria).
- Iluminação pública: 67% de redução do consumo energético.
- Energia solar: atingir os 103 megawatts de produção de energia solar fotovoltaica oriunda de painéis solares instalados em toda a cidade.
- Erradicação da "pobreza energética" até 2050.
- Conclusão de uma central fotovoltaica para abastecimento de frota elétrica da Carris.
Resíduos
- Redução em 50% dos resíduos indiferenciados enviados para valorização energética até 2030 (reciclagem).
- Implementar em toda a cidade até 2030 a recolha seletiva porta a porta de biorresíduos.
- Atingir 50% de recolha seletiva de resíduos do total de resíduos produzidos até 2030 (atualmente a taxa de recolha seletiva é de 28%).
- Atingir 60% na taxa de reciclagem e preparação para reutilização até 2030 (atualmente o valor é de 34,4%).
- Redução da produção de resíduos per capita em 15% até 2030.
Mobilidade
- 410 novos autocarros de elevado desempenho ambiental até 2023.
- Duplicação da frota de elétricos rápidos.
- Mais 40% de oferta de transporte público rodoviário na Área Metropolitana de Lisboa.
- Expansão da rede do Metropolitano e renovação da frota da Transtejo.
- Infraestrutura ciclável que ligue toda a cidade.
Infraestrutura Verde e Biodiversidade
- Mais 100 hectares de zonas verdes até 2021 (atualmente existem 250 hectares).
- 25% da cidade com espaços verdes até 2022.
- Ter, até 2021, 90% da população do município a viver a menos de 300 metros de um espaço verde com pelo menos 2.000 metros quadrados.
- Criação de sombras para combater as ondas de calor: plantação anual de 25 mil árvores e arbustos.
- Resiliência à escassez de água: 75% de aumento da área de prados de sequeiro biodiversos.
Água
- Instalação de uma rede de distribuição de água para reutilização que irá entrar em funcionamento na sua totalidade em 2025.
- Poupar 25% de água através de um programa de eficiência hídrica nas vertentes de racionalização do consumo e reutilização.
- Investir na drenagem da cidade, nomeadamente com várias bacias de retenção naturais para minimizar os efeitos das cheias.