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Gato Político assanhado contra as Fake News...

As linhas em defesa da direita entram no Gato Político. O blogue abre caminho para a página no Facebook e é no espaço da rede social que se desenrola a conversa e a troca de ideias. "O Gato Político não se enquadra na definição de Fake News por se tratar de uma página de comentário político, não de notícias", escreve o responsável por este espaço, num conjunto de respostas, por e-mail, enviadas à SIC.

Luís Manso

O projeto nasce com o "entusiasmo do cenário político que existe desde 2015". O responsável pelo projeto, sem nunca identificar um nome, refere que o palco das redes sociais, como o Facebook ou o Twitter, para a livre expressão de pontos de vista, acabou por ser decisivo.

É por aqui que passa a discussão, a troca de ideias, sem filtros, sem que o debate "seja impedido à luz da intimidação moral em nome do ‘politicamente correcto'".

Porta fechada às notícias falsas

Nas respostas que o Gato Político fez chegar à redação da SIC, fica clara a condenação no que diz respeito a notícias falsas. Seja o que for, com o carimbo de Fake News, existe a garantia de que, neste espaço, acabam por ter uma porta fechada. A janela digital deste Gato fica aberta à crítica, no apontar de dedo a quem fica do outro lado da trincheira política. Em causa, "plataformas que também geram conteúdos duvidosos, ou falsos, como o Esquerda.net".

Fala-se num sentimento de "parcialidade mediática". Ou seja, entende o Gato Político, que passa a "sensação de que os Media tradicionais não representam todas as ideias de forma justa". Sendo este apenas um diálogo assente no envio de perguntas e de respostas, sem espaço para uma conversa, o que aqui fica, cinge-se, unicamente, a esta troca de sentido direto de palavras escritas.

Passa a ideia, a partir de quem ergue este blogue, de que existe uma "degradação do jornalismo tradicional". "Esta recente fixação com as Fake News da parte da comunicação social manifesta um preconceito quase impulsivo que as associa à direita", refere o Gato Político. "Parece-me ser tão legítima a existência de uma plataforma para ideais conservadores, ou liberais, ou de direita, como a existência de uma plataforma que promova ideias progressistas, como a fumaca.pt", acrescenta.

Exigência na seleção de conteúdos

Acaba por ser no espaço digital, nesta imensidão de um mar de bites e bytes, que as ideias circulam. De regresso ao palco online, é por aqui que se amanham palavras e se espalham ideias, posições que, anteriormente, não tinham capacidade para alcançar e trepar pelos tradicionais meios mediáticos. Do Gato Político, e é essa a garantia enviada à SIC, existe exigência na seleção de conteúdos. Esta é uma página de comentário político, de cariz informal. Ainda assim, existe uma linha de responsabilidade que é seguida.

"O Gato Político trata-se de uma página de comentário político, e não de produção de notícias, verdadeiras ou falsas, distanciando-se portanto do enquadramento de Fake News", escreve o responsável pelo blogue, com página no Facebook.

A troca de ideias, de acordo com o Gato, acaba por ser útil, não apenas no debate que se insere à direita, mas também na forma como se expõem argumentos que ajudam a vacilar quem alinha à esquerda. "Não é incomum receber mensagens de seguidores moderados, que, ao longo do tempo, se identificam nas palavras d'O Gato, acabando numa introspecção sobre a direcção do partido que militam. Já foi caso de abandonarem o partido e reverem os seus ideais", adianta.

É uma página de comentário político, não de notícias

Sublinha, reitera e acrescenta que neste espaço não há mesmo espaço para as Fake News. É uma página de comentário político, não de notícias. O que lhe chega, o que cai nas garras do Gato, são conteúdos de jornais, da SIC, Expresso, Público ou Diário de Notícias. O DN, que acabou por denunciar o caso do falso relógio de 20 milhões de euros, de Catarina Martins. Uma história que entra em espaços de direita, nomeadamente o Direita Política, que acabou por partilhar a imagem.

"Este 'meme' da Catarina, como é chamado na comunidade cibernética, tornou-se viral precisamente por evidenciar, através de hipérbole humorística, a hipocrisia de quem no Bloco de Esquerda pratica exatamente o oposto daquilo que diz defender aos seus eleitores. Sublinho: através de hipérbole humorística", escreve, rejeitando assim a ideia de uma Fake News, assentando a defesa da imagem como arma de crítica, no sentido da sátira.

O Gato Político defende ainda que nada dever ser feito para limitar a liberdade de expressão dentro das redes, muito menos, por inconveniência política, ou por via de uma entidade estatal. "Combater notícias falsas consiste numa solução mais sofisticada, que simultaneamente respeite as liberdades individuais e proteja o discurso impopular", adianta, referindo a necessidade de uma exigência no sentido de uma classe política mais transparente.

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