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Costa com Macron em Lisboa para reforçar convergência sobre Europa

O primeiro-ministro recebe na sexta-feira, em Lisboa, o chefe de Estado francês num momento em que Portugal e França defendem posições idênticas sobre o futuro da União Europeia, como a reforma da zona euro e orçamento europeu.

Philippe Wojazer

Emmanuel Macron, que na tarde de sexta-feira participará com António Costa e o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, na cimeira das interligações energéticas, terá antes um almoço de trabalho com o chefe do Governo português.

"Além das relações bilaterais luso-francesas, o primeiro-ministro português e o Presidente da República de França vão afinar posições sobre os principais temas da agenda europeia. Portugal e a França estão do mesmo lado em relação às principais questões em debate na União Europeia", disse à agência Lusa fonte do Governo nacional.

Perante o Parlamento Europeu, com um intervalo de um mês, António Costa e Emmanuel Macron defenderam posições idênticas em matérias como a reforma do euro e a criação de um orçamento da União Europeia pós-2020 "ambicioso".

Em março, no hemiciclo de Estrasburgo, no quadro dos debates sobre o "Futuro da Europa", António Costa dedicou parte significativa do seu discurso à ideia de a União Europeia ter a "responsabilidade política de responder aos anseios legítimos dos cidadãos europeus", o que, na sua perspetiva, só será possível com "uma verdadeira União, mais coesa, económica, social e politicamente".

"Qualquer união monetária madura dispõe de uma capacidade orçamental - e é nesse sentido que venho defendendo a criação de uma capacidade orçamental própria da zona euro", referiu.

Segundo António Costa, essa capacidade orçamental poderá servir como instrumento de estabilização contra choques externos, mas o seu objetivo primordial deve ser "o investimento, dotando as recomendações específicas por país, consolidadas nos programas nacionais de reformas, de instrumentos financeiros para a sua implementação".

Um mês depois, em abril, no âmbito da mesma iniciativa, também em Estrasburgo, Emmanuel Macron, defendeu a criação de novos recursos próprios para reforçar o orçamento comunitário e considerou "indispensável" a reforma da União Económica Monetária (UEM) até final da legislatura.

Outro ponto em que os governos de Portugal e França têm estado em convergência diz respeito à questão das migrações e refugiados.No passado dia 15, o Governo português comunicou que, "num espírito de solidariedade europeia", Portugal, Espanha e França, assumiam em conjunto a disponibilidade para receber, cada um, 50 pessoas de um grupo de 450 migrantes resgatados no Mediterrâneo.

No primeiro ponto do programa da sua visita a Lisboa, pela manhã, na Fundação Calouste Gulbenkian, Emmanuel Macron participa juntamente com António Costa numa iniciativa intitulada "Encontro com cidadãos".

Esta sessão, segundo o executivo português, durará cerca de hora e meia, estando previsto que o chefe de Estado francês e o primeiro-ministro português respondam a algumas perguntas formuladas pela assistência sobre os principais temas da agenda europeia.

Antes do início deste encontro/debate sobre o futuro da Europa, mas sem a presença da comunicação social, o primeiro-ministro e o chefe de Estado francês visitam a galeria de arte islâmica do Museu Calouste Gulbenkian

Lusa

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