O caso aconteceu em Campo, freguesia de Valongo em 2015. Laura e José estavam casados há nem um ano quando se deu a 1ª agressão. O casal envolveu-se numa discussão violenta no exterior da habitação. A mulher de 55 anos foi agredida, insultada e ameaçada de morte pelo ex-companheiro.
A 29 de setembro, a vítima relata o caso ao Ministério Público de Valongo. Mas só nove dias depois é que a procuradora determinou que a mulher fosse notificada para esclarecer o teor da queixa-crime.
A resposta detalhada chegou passados 14 dias, por escrito, com uma referência direta à ameaça do marido.
A 4 de novembro a mulher volta ao tribunal após notificação, para descrever novamente os episódios de violência.
Foi nesse mesmo dia que o ex-companheiro a agrediu mortalmente, à porta de casa, com várias pauladas na cabeça. José foi julgado e condenado a 16 anos de prisão.
Neste relatório, a equipa que analisou o caso não poupa criticas ao Ministério Público. Considera que a denúncia nunca foi tratada como um caso de violência doméstica e que a burocracia se sobrepôs-se à importância da denúncia.
Também apontas falhas ao atendimento da vítima, efetuado por quem não tinha preparação técnica para tal. O relatório realça ainda que foram desperdiçadas três oportunidades de ajudar esta mulher.