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Juízes do acórdão polémico sobre violência doméstica alvo de processo disciplinar

Os juízes Joaquim Neto de Moura e Maria Luísa Arantes vão ser alvos do processo disciplinar, anunciou hoje o Conselho Superior de Magistratura (CSM), devido ao acórdão em que é citada a Bíblia para atenuar uma sentença por violência doméstica.

Última atualização às 16:30

Em comunicado, o CSM anunciou a conclusão do inquérito que tinha sido aberto para processo disciplinar:

Quanto ao senhor Juiz Desembargador Neto de Moura por violação dos deveres funcionais de correcção e de prossecução do interesse público, este na vertente de atuar no sentido de criar no público a confiança em que a Justiça repousa (12 votos a favor e 5 contra).


Quanto à senhora Juíza Desembargadora Luísa Senra Arantes, por violação do dever de zelo (9 votos a favor e 8 contra)."


Em causa está um acórdão da Relação do Porto, datado de 11 de outubro passado, no qual o juiz relator, Neto de Moura, faz censura moral a uma mulher de Felgueiras vítima de violência doméstica, minimizando este crime pelo facto de esta ter cometido adultério.

O juiz invoca a Bíblia, o Código Penal de 1886 e até civilizações que punem o adultério com pena de morte, para justificar a violência cometida contra a mulher em causa por parte do marido e do amante, que foram condenados a pena suspensa na primeira instância.


Com Lusa

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