"Para nós era uma inevitabilidade esta demissão. Muito para além das responsabilidades políticas que a ministra possa ter, há aqui uma questão anímica da própria pessoa e de confiança pública que poderia estar a faltar para empreender todas as forças e trabalho nos próximos meses, nos próximos tempos relativamente à floresta e à matéria de incêndios", disse.
No entender de André Silva, a continuidade de Constança Urbano de Sousa "estava a fragilizar a própria posição do Governo".
"Do nosso ponto de vista, Constança Urbano de Sousa tomou a melhor opção que deve ter sido tomada em conjunto com o primeiro-ministro e, por isso, a sua demissão era inevitável", frisou.
O líder do PAN destacou também em declarações à agência Lusa que neste momento, mais do que a troca da pessoa para esse lugar, é importante mudar políticas.
"O importante agora é a mudança de políticas, a mudança da visão, de olhar para os nossos recursos naturais e para o bem comum e, de uma vez por todas, colocá-los à frente de interesses instalados, de 'lobbies' que estão há muito instalados, e termos a coragem para fazer reformas profundas", disse.
Na opinião de André Silva, "é muito trágico o que se está a passar no país", sublinhando que a situação "é consequência de toda a desorganização em prol de um suposto desenvolvimento e dos interesses instalados".
"Para nós o que é importante neste momento e agora que estou a regressar de uma visita três dias ao distrito de Viseu, afetado por incêndios, é que a angústia e incerteza das pessoas são enormes. Há muitas pessoas que não sabem que caminho percorrer, porque perderam a casa, porque não têm neste momento onde comer, não sabem onde se dirigir e que claramente têm falta de apoio psicológico", destacou.
Segundo o deputado, as pessoas estão perdidas e, neste momento, o que há a fazer é sinalizá-las e garantir que estejam salvaguardas as suas necessidades mais básicas.
"A nossa grande preocupação é a reconstrução e apoio a quem mais necessita", disse.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou um pedido de demissão, que foi aceite pelo primeiro-ministro, anunciou hoje o gabinete de António Costa
Constança Urbano de Sousa diz na carta de demissão enviada ao primeiro-ministro que pediu para sair de funções logo a seguir à tragédia de Pedrógão Grande, dando tempo a António Costa para encontrar quem a substituísse.
Com Lusa