"Já era uma demissão esperada. Tecnicamente foi das melhores ministras que passou por aquele ministério, politicamente não. Na relação com as associações também não temos nada a dizer", disse José Alho, presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG).
No que diz respeito à GNR, José Alho destaca que desde o primeiro momento as associações alertaram para a importância da reestruturação da guarda.
"O próximo ministro terá de ter todas as condições para a reestruturação da GNR. Terá de reativar as brigadas para coordenação no trânsito e da ação da guarda a nível nacional.
Reitero que tecnicamente esta ministra foi das melhores, era professora em direito administrativo, mas na prática errou profundamente ao não fazer com que os comandantes gerais pretendiam", disse.
Constança Urbano de Sousa deixou o executivo depois de meses de polémica em torno da responsabilidade política em torno dos incêndios de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e concelhos limítrofes, em junho, e, no domingo, na região centro, nos distritos de Viseu, Coimbra, Leiria, que fizeram mais de 100 mortos.
A carta de demissão da ministra, que ainda na sexta-feira afirmou que não sairia do Governo, surge horas depois de uma comunicação ao país do Presidente da República, a partir de Oliveira do Hospital, na terça-feira à noite.Marcelo Rebelo de Sousa defendeu na terça-feira que é preciso "abrir um novo ciclo", na sequência dos incêndios de junho e de domingo passado, e que isso "inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo".
Desde os incêndios de domingo, que causaram 41 mortos, por duas vezes o primeiro-ministro, António Costa, manifestou a sua confiança política em Constança Urbana de Sousa.
A ministra da Administração Interna diz na carta de demissão enviada ao primeiro-ministro que pediu para sair de funções logo a seguir à tragédia de Pedrógão Grande, dando tempo a António Costa para encontrar quem a substituísse.
Com Lusa