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Fenprof diz que Nuno Crato está obcecado com prova de avaliação dos professores

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusou hoje o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, de estar "obcecado" com a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades dos professores, que teve mais de 85% de aprovações.

(Arquivo)
ANDRÉ KOSTERS

Em comunicado, a Fenprof afirma que a prova foi "mais um capítulo da impante história de um ministro obcecado", acrescentando que "Nuno Crato  persegue a sua canhestra obsessão por tudo quanto seja ou pareça 'exame'".

Para a estrutura que congrega sindicatos de docentes, que pede "respeito pelos professores", a prova "é famigerada, inútil, inaceitável". 

"O que a Fenprof exige é que seja anulada e revogada a obstinação do ministro em a impôr, mesmo no quadro rocambolesco e de inépcia política  e técnica em que a tem querido impôr", pode ler-se no comunicado, no qual  se denuncia "uma obstinação vingativa contra quem se opôs" à prova. 

A Fenprof reiterou, por isso, que "recorrerá e apoiará o recurso a todas  as vias, judiciais e outras, para que nenhum professor ou educador seja  prejudicado devido a esta prova, designadamente em relação à sua continuação  em concurso (vinculação extraordinária ou contratação)". 

"Isto diz respeito, desde logo, a quem não fez ou a quem não pôde fazer  a prova. A via judicial será uma das possíveis, ainda que o ministro decida  voltar ao ridículo de afirmar que existe 'judicialização da educação'. Não,  o que existe é uma sistemática violação de quadros legais, por parte do  MEC, não deixando alternativa a esse recurso", afirma a Fenprof. 

Mais de 85% dos professores que realizaram a prova de avaliação, considerada  devidamente válida, foram aprovados no exame, informou hoje o Instituto  de Avaliação Educativa (IAVE). 

Segundo os dados hoje divulgados, tiveram nota positiva 8.747 docentes,  "o que corresponde a 85,6% do total de candidatos com provas classificadas",  num universo de 10.220 provas realizadas. 

O IAVE revela que 1.473 docentes reprovaram nesta prova, que permite  o acesso à carreira docente de professores contratados, com menos de cinco  anos de serviço. 

As provas foram classificadas numa escala de 0 a 100 pontos e só ficaram  aprovados no exame os candidatos que "tiveram nota igual ou superior a 50%  da cotação total", indica o IAVE em comunicado. 

De acordo com o comunicado de imprensa, a média das notas fixou-se nos  63,3 pontos. 

A prova, para a qual se inscreveram 13.551 professores, foi realizada,  em dois momentos, a 18 de dezembro do ano passado e no passado dia 22 de  julho, em 206 escolas, dentro e fora do país, adianta o IAVE. 

Lusa

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