Guerra Rússia-Ucrânia

NATO diz que não sabe se entrada de drones russos na Polónia foi intencional

Já a Polónia não tem dúvidas. Assegura que foi uma provocação de Moscovo para testar os mecanismos de funcionamento da Aliança do Atlântico Norte. E prepara-se para aumentar a defesa aérea.

Cristina Neves

O comandante supremo da NATO na Europa diz que não sabe se as incursões de drones russos na Polónia foram intencionais. Isto depois de os líderes polacos terem falado numa provocação da Rússia. A Polónia ativou o artigo 4.º da NATO, o passo político imediatamente anterior a uma resposta militar, e o Conselho de Segurança da ONU reúne-se de emergência esta quinta-feira.  

O Kremlin reafirma que não violou espaço aéreo polaco, mas as declarações sucessivas de que nunca ataca alvos civis na Ucrânia não contribuem para o benefício da dúvida. O comandante supremo da NATO na Europa sublinha, no entanto, que não sabe se houve intencionalidade nas incursões de drones russos. E também não confirma se foram 19 os drones envolvidos.  

Varsóvia não tem dúvidas de que se tratou de um teste à resposta dos Aliados e já veio alertar para a campanha de desinformação de Moscovo, que quer passar a ideia de que os drones eram de origem ucraniana e não russa. 

“Foi uma tentativa e uma provocação para testar os mecanismos de funcionamento da Aliança do Atlântico Norte e a nossa capacidade de resposta”, declarou Karol Nawrocki, presidente da Polónia. 

O objetivo do Kremlin, segundo a Polónia, seria avaliar a capacidade de resposta militar dos Aliados e testar a resposta política da Europa e da Casa Branca.

Trump, Zelensky e os exercícios militares russos

Donald Trump reagiu com uma mensagem lacónica na rede social Truth, questionando o porquê da Rússia violar o espaço aéreo polaco. 

Os ultimatos nunca cumpridos de Donald Trump a Vladimir Putin e a retirada de apoio a Kiev levam a Polónia a questionar compromissos. O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, insiste na necessidade de tornar mais robusta a defesa aérea polaca. 

o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamenta a ausência de uma resposta firme dos líderes ocidentais à provocação russa. Propõe ações concretas que acompanhem as declarações de solidariedade. 

“A Ucrânia propõe proteger o espaço aéreo de forma coordenada, pensada e conjunta”, afirmou. 

E, num momento sem paralelo desde a segunda guerra mundial, a Rússia vai iniciar, esta sexta-feira, manobras militares perto da fronteira polaca. O exercício estratégico conjunto Zapad 2025 tem lugar perto da Bielorrússia e do Corredor de Suwalki, a estreita passagem entre Kaliningrado e a Bielorrússia que liga a Polónia e a Lituânia. 

Últimas