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Sindicatos voltam a exigir anulação da prova de avaliação dos professores

Sindicatos de professores afetos à CGTP e à UGT voltaram hoje a exigir a anulação da prova de avaliação de docentes contratados, invocando que a realização do exame, na terça-feira, estava suspensa por decisão de tribunais.

A prova tinha início marcado para as 10h30. De acordo com os sindicatos, não se realizou em quatro das 88 escolas previstas, noutras ocorreu com  atrasos, por falta de professores vigilantes. O Ministério da Educação enumera  apenas um estabelecimento onde o exame não se efetuou. 
JOSÉ COELHO

"Quaisquer que sejam os resultados, jamais iremos aceitar a sua validação  e, portanto, a anulação desta prova é absolutamente fundamental, e essa  é uma exigência que para todos nós está clara, afirmou, em conferência de  imprensa, em Lisboa, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apontando "irregularidades e ilegalidades". 

Em dezembro, altura em que decorreu, sob protestos e uma greve docente, a primeira tentativa de realização da prova, os sindicatos reclamaram a anulação do exame. 

Segundo Mário Nogueira, porta-voz de oito estruturas sindicais que deram hoje a conferência de imprensa, a prova de terça-feira estava suspensa,  atendendo a que os tribunais diferiram quatro providências cautelares dos  sindicatos, não os tendo a tutela informado atempadamente das resoluções fundamentadas que apresentou para invocar o interesse público do exame.

"As providências foram entregues na sexta-feira de manhã. Por que é que o Ministério da Educação entregou a resolução na segunda-feira, depois  de encerrarem os tribunais? Por que é que não o fez na segunda-feira, às  quatro da tarde?", questionou o líder da Fenprof, a maior estrutura sindical,  afeta à CGTP. 

O ministério alega que respondeu às providências cautelares nos dias  em que delas foi notificado - uma na sexta-feira e três na segunda-feira  - e que a resposta (resolução fundamentada) produz efeitos quando dá entrada  no tribunal, pelo que a realização da prova não estava suspensa. 

Para Mário Nogueira, o exame mantém-se suspenso "até ao momento" em  que os autores das providências cautelares sejam "notificados ou informados"  das resoluções fundamentadas. 

"O facto de a prova estar suspensa não impede que, efetivamente, se  realize. O que acontece é que, realizando-se, o Ministério da Educação incorre  num crime de desobediência ao tribunal", reafirmou. 

O secretário-geral da Fenprof invocou que os sindicatos só foram notificados das resoluções na terça-feira, nuns casos poucos minutos antes do início da prova, noutros, após o seu termo. 

A prova tinha início marcado para as 10h30. De acordo com os sindicatos, não se realizou em quatro das 88 escolas previstas, noutras ocorreu com  atrasos, por falta de professores vigilantes. O Ministério da Educação enumera  apenas um estabelecimento onde o exame não se efetuou. 

O exame de terça-feira, remarcado com três dias úteis de antecedência,  prazo também contestado pelos sindicatos, destinava-se aos professores contratados com menos de cinco anos de serviço que não o puderam fazer a 18 de dezembro,  devido a protestos e a uma greve dos docentes do quadro, em funções de vigilância  da prova. 

Na terça-feira, a realização da prova foi assinalada, novamente, por protestos e incidentes, com docentes a queixarem-se, nomeadamente, de terem  sido excluídos da prova, não obstante possuírem o comprovativo de que reuniam  as condições para a fazer. 

No mesmo dia, o ministro da Educação, Nuno Crato, assegurou que os professores impedidos de efetuar a prova, considerada pelos sindicatos como uma humilhação, não serão prejudicados no acesso à carreira docente. 

A prova visa testar conhecimentos e competências e, sem ela, professores fora do quadro, com menos de cinco anos de serviço, não podem dar aulas.

Lusa

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