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Paulo Portas é hoje ouvido na comissão sobre equipamentos militares

O atual vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, é hoje ouvido na comissão de inquérito à compra de equipamentos militares, na qualidade de ministro da Defesa Nacional nos XV e XVI Governos Constitucionais, liderados por Durão Barroso e Santana Lopes, respetivamente.

O governante sublinhou que "o investimento é uma condição do crescimento e o crescimento é a condição da criação de emprego" e que não se desviará "desta linha".
LUSA

O âmbito do inquérito, inicialmente apresentado pelo PS centrado na  compra dos submarinos e dos PANDUR durante o governo PSD/CDS-PP liderado  por Durão Barroso e quando Paulo Portas era ministro da Defesa, foi alargado  por proposta da maioria para abranger todos os contratos de equipamentos  militares desde há cerca de 15 anos: P3 Orion, helicópteros EH101, Torpedos,  C295, aviões F-16, submarinos e viaturas blindadas PANDUR. 

No objeto do inquérito mantêm-se o propósito de "assegurar o integral  esclarecimento sobre a responsabilidade, por ação ou omissão, dos intervenientes  na celebração destes contratos, nomeadamente o seu grau de conhecimento  e envolvimento nas negociações pré-contratuais que antecederam aqueles".

O contrato de aquisição de dois submarinos para a Marinha Portuguesa  ao consórcio alemão GSC - na altura, por cerca de 770 milhões de euros - foi assinado a 21 de abril de 2004, na base naval de Lisboa, no Alfeite,  quando Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas era ministro da  Defesa Nacional.  

A decisão de compra tinha sido aprovada em Conselho de Ministros a 25  de Setembro de 2003, com o Governo a considerar que o consórcio alemão apresentou  uma proposta mais favorável em termos de preço, contrapartidas e condições  operacionais do que os estaleiros franceses DCNI. 

Este negócio suscitou dois processo de judiciais: um deles, centrado  nas contrapartidas da aquisição dos submarinos aos alemães, já terminou  em primeira instância com a absolvição de todos os arguidos; o outro está  relacionado com o negócio da compra e venda do equipamento e encontra-se  ainda em investigação no Ministério Público, tendo Paulo Portas sido ouvido  a 24 de abril deste ano, na qualidade de testemunha. 

Os submarinos portugueses Tridente e Arpão, começados a construir na  Alemanha desde 2005, custaram ao Estado português cerca de mil milhões de  euros e foram entregues a partir de 2010.  

A comissão tem estado a ouvir, ao longo da última semana os atuais chefes  dos ramos e antigos ministros da Defesa, já tendo recolhido os depoimentos  de António Vitorino, Júlio Castro Caldas, Rui Pena e Jaime Gama. 

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