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Ministro da Educação acusa Fenprof de fazer "judicialização da política"

O ministro da Educação acusou hoje a Fenprof de ter "uma atitude lamentável", ao fazer uma "judicialização da política", por admitir mais providências cautelares e pré-avisos de greve, se houver marcação de novas datas da prova de avaliação docente.

(LUSA/Arquivo)
JOSE SENA GOULAO

 "Acho extraordinária a declaração da Fenprof. Acho absolutamente extraordinário  que uma federação sindical diga que não interessa para nada o que se passa  na lei", disse hoje o ministro da Educação, Nuno Crato, sobre as declarações  do secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário  Nogueira, depois de ter sabido da revogação da última providência cautelar  interposta pelos sindicatos, que pendia sobre a prova de avaliação de capacidades  e conhecimentos (PACC) dos professores. 

A última providência cautelar que impedia o exame foi agora revogada  pelo Tribunal Central Administrativo Sul, que julgou favoravelmente o recurso  do ministério, que hoje reafirmou a intenção de retomar o processo. 

O secretário-geral da Fenprof lembrou que o ministério terá de publicar  um novo despacho com novas datas e, nessa altura, os sindicatos vão repetir  as medidas tomadas no ano passado.  

"Quando fizer sair (nova legislação), incidirá sobre esse despacho novas  providências cautelares e para as datas que o ministério marcar serão entregues  pré-avisos de greve para os professores", ameaçou o sindicalista. 

Mário Nogueira disse que os pré-avisos a todo o serviço relacionado  com a PACC serão entregues pelas seis organizações que avançaram no ano  passado: Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), Associação  Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Sindicato dos Educadores e Professores  Licenciados (SEPLEU), Sindicato dos Educadores e Professores do Ensino Básico  (SIPPEB) e Sindicato Nacional dos professores Licenciados pelos Institutos  e Universidades (SPLIU). 

Para Mário Nogueira, "o tribunal não deu razão nenhuma ao ministério",  porque as providências cautelares não são a ação contra a prova, que ainda  continua por julgar. 

"São milhares de pessoas que são prejudicadas com este processo. Não  é uma atitude habitual, mas é uma atitude que, quando chega a este ponto,  é uma atitude lamentável. É a judicialização da política e um desprezo pelos  tribunais", respondeu hoje Nuno Crato no parlamento, perante os deputados  da comissão de Educação, Ciência e Cultura. 

Lusa

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