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Ministro da Educação vai-se reunir com o primeiro-ministro

O Conselho de Reitores adiantou hoje que o  Governo recuou na intenção de devolver às universidades, no início de 2014,  os 30 milhões de euros cortados dos seus orçamentos e que Crato vai voltar  a falar com o primeiro-ministro. 

António Rendas, reitor da Universidade Nova e presidente do Conselho  de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), falava aos jornalistas  no final de uma reunião que hoje este órgão universitário teve com o ministro  da Educação, Nuno Crato, e o secretário de Estado do Ensino Superior, José  Ferreira Gomes, para discutir questões como o financiamento do ensino superior  e as praxes. 

"Houve uma reunião com o primeiro-ministro  1/8no final de novembro de  2013 3/8 e era necessário retomar essa parte da agenda, no que diz respeito  ao financiamento do ensino superior para 2014. As notícias que tivemos hoje  não foram as que esperávamos, na medida em que tínhamos tido a abertura  do primeiro-ministro para, na execução orçamental de 2014, ser revista aquela  questão dos 30 milhões de euros ainda em aberto. O que nos disse o ministro  Nuno Crato é que iria falar com o senhor primeiro-ministro novamente", disse  Rendas no final do encontro de hoje. 

No final de novembro, CRUP, Nuno Crato, José Ferreira Gomes e o primeiro-ministro,  Pedro Passos Coelho, reuniram-se para discutir as dificuldades orçamentais  das universidades que levaram os reitores a cortar relações institucionais  com o Governo. 

Dessa reunião, que terminou sem declarações, saiu um comunicado do CRUP,  no qual se dava conta da abertura manifestada pelo primeiro-ministro para  repor, no início de 2014, "os valores cortados em excesso" nos orçamentos  das instituições para o próximo ano. 

Hoje, o CRUP alertou Nuno Crato para as consequências de deixar arrastar  a questão, e de libertar verbas apenas para as situações limite. 

"O Conselho de Reitores fez sentir que aquilo que nos foi dito hoje,  que vai no sentido de acudir apenas àquelas instituições que estão com dificuldades,  pode criar, a partir do meio deste ano já, uma situação muito complicada,  na medida em que todas as universidades, a partir dessa altura, irão ficar  numa situação muito complicada", sublinhou António Rendas. 

De acordo com o presidente do CRUP, "a situação vai ser analisada mensalmente",  mas frisou que espera uma solução por parte do Governo antes do meio do  ano, até porque, disse, será o estado a que as universidades vão chegar  nessa altura que o vão exigir. 

"Há de haver um momento em que o CRUP decide quando é que vamos passar  das reuniões à ação. Acho que esse momento vai acontecer nos próximos meses",  afirmou. 

Em novembro, quando o CRUP cortou relações com o Governo, Rendas colocou  o seu lugar à disposição, e fez depender do evoluir da situação a sua continuidade,  tendo decidido manter-se em funções até ao final do primeiro trimestre deste  ano. 

"Mantenho o que disse desde o princípio, não costumo mudar de opinião.  Vou aguardar", disse hoje Rendas sobre a sua condição de presidente demissionário  do CRUP. 


Lusa

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