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Conclusão do inquérito guineense ao incidente com a TAP prorrogada por um dia 

O prazo para apresentação das conclusões da  comissão de inquérito ao incidente com a TAP em Bissau foi prorrogado por  um dia, até quinta-feira, disse à Lusa o ministro da Justiça de transição  da Guiné-Bissau, Saido Baldé. 

Aquele governante preside à comissão que devia apresentar hoje as conclusões  na reunião do Conselho de Ministros. 

No entanto, à saída do encontro, Saido Baldé explicou à agência Lusa  que o Governo de transição decidiu dar mais uma dia para a comissão trabalhar,  pelo que as conclusões devem ser entregues ao primeiro-ministro, Rui de  Barros, na quinta-feira. 

A dilatação do prazo foi justificada com uma reunião do Conselho Superior  de Defesa, na terça-feira, que fez com que o ministro dos Negócios Estrangeiros  estivesse impedido de entregar à comissão um depoimento que lhe foi solicitado.

O ministro da Justiça escusou-se a adiantar mais detalhes sobre o processo,  referindo apenas que a apresentação pública das conclusões dependerá depois  do que o primeiro-ministro de transição decidir. 

Seja como for, as conclusões serão sempre, em primeiro lugar, discutidas  numa reunião com os membros do Governo, sublinhou. 

Fernando Vaz, ministro da presidência do Conselho de Ministros e porta-voz  do Executivo guineense, referiu à Lusa que o texto final devera ser analisado  pelo governo numa reunião que o primeiro-ministro pode convocar ainda para  quinta-feira. 

O Presidente de transição, Serifo Nhamdajo, convocou o Conselho de Estado  para o mesmo dia, com o incidente com a TAP na agenda. 

No entanto, os dois encontros "são acontecimentos distintos", referiu  Fernando Vaz à Lusa, à saída da reunião de hoje do Conselho de Ministros.

Numa avaliação ao impacto político do problema com o voo da TAP, Vaz  considera que as decisões dos ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros,  que colocaram os lugares à disposição, revelam "maturidade". 

"Isto quer dizer que, contra aquilo que se quer projetar, existe responsabilidade neste governo, existe maturidade: face aos acontecimentos, as pessoas entenderam  por bem por os seus cargos (à disposição), porque eram tutelas que estavam  em causa", referiu. 

A tripulação da TAP do voo de 10 de dezembro entre Bissau e Lisboa foi  forçada por autoridades guineenses, sob ordens superiores, a transportar  74 passageiros com passaportes falsos. 

O incidente foi considerado "grave" por Portugal e pela União Europeia  e levou ao cancelamento dos voos diretos entre os dois países. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Delfim da Silva, apresentou  a demissão na sexta-feira, denunciando "cumplicidades" entre membros do  aparelho de Estado, num esquema em que terão recebido verbas avultadas para  colocar os alegados cidadãos sírios na Europa. 

O ministro do Interior, Suka N'Tchama, com tutela da segurança interna  e serviços de imigração, também colocou o cargo à disposição de Nhamadjo,  na terça-feira. 

 

     

 

Lusa

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