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Comissão de inquérito guineense sobre incidente com a TAP terá conclusões até quarta-feira

Uma comissão de inquérito criada pelo Governo  de transição da Guiné-Bissau tem até quarta-feira para esclarecer o incidente  que levou à suspensão dos voos da TAP entre Lisboa e a capital guineense,  disse hoje fonte governamental à agência Lusa. 

A comissão foi criada por despacho do primeiro-ministro de transição,  Rui de Barros, e é composta por três elementos: o ministro da Justiça, Saido  Baldé (que preside à comissão), um representante do Ministério dos Transportes  e outro do gabinete do chefe de Governo. 

De fora ficaram representantes dos ministérios do Interior (que tutela  a segurança) e dos Negócios Estrangeiros, "por se considerar que já estão  implicados no processo", explicou Saido Baldé à agência Lusa. 

De acordo com aquele governante, "a comissão reuniu-se hoje pela primeira  vez" e, de acordo com o despacho, deverá produzir resultados "no prazo de  48 horas, a contar a partir de segunda-feira", ou seja, até quarta, dia  18. 

A tripulação do voo Bissau - Lisboa de terça-feira foi obrigada por  autoridades guineenses a descolar com 74 passageiros portadores de passaportes  falsos, mesmo depois de detetado o problema, o que levou a companhia a suspender  os voos entre os dois países. 

A situação levou hoje ao pedido de demissão do ministro dos Negócios  Estrangeiros, Delfim da Silva, que responsabiliza "gente ligada à imigração  e segurança".  

"Há cumplicidades", sublinhou à agência Lusa, depois de na quinta-feira  ter considerado o caso como um incidente lamentável que não interessa à  Guiné-Bissau. 

"Para aquela gente passar aqui uns dias e depois ir para Lisboa como  foi é porque houve cumplicidade entre pessoas que tinham a obrigação de  proteger o país e não protegeram", referiu Delfim da Silva. 

A agência Lusa contactou o ministro do Interior, Suka N'Tchama, mas  este escusou-se a falar sobre o assunto, remetendo quaisquer declarações  para o porta-voz do Governo de transição, o ministro de Estado Fernando  Vaz. 

Vaz mantém a mesma posição expressa à Lusa na quarta-feira: "o Governo  vai aguardar pela conclusão das averiguações" para depois se "posicionar".

 

     

 

Lusa

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