Na quarta-feira à noite, o bastonário José Manuel Silva denunciou que há situações de clínicos que estão a ser proibidos de prescrever os medicamentos que consideram adequados para os seus doentes, exemplificando com os novos medicamentos para a hepatite C.
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) lembra, num comunicado hoje emitido, que estes dois medicamentos são de uso exclusivo hospitalar e estão sujeitos a um processo de avaliação prévia antes de autorizados para uso nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O acesso dos utentes a esses fármacos é garantido através de uma autorização de utilização excecional para cada doente que é solicitada pelos hospitais ao Infarmed.
No caso dos dois medicamentos antivirais para a hepatite C foramautorizados, nos últimos dois anos, 137 pedidos.
Por isso, o Infarmed diz não haver "qualquer evidência de que o acesso a estes medicamentos se encontre limitado aos cidadãos que deles possam necessitar".
Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, estes novos medicamentos estão a ser usados de forma diferente consoante os hospitais, havendo algumas unidades que não estão a permitir a sua utilização.
"Há médicos que estão, neste momento, a ser proibidos de prescrever aquilo que acham que devem para os doentes. Isso é, obviamente, inaceitável. Devemos combater as situações de discriminação", declarou José Manuel Silva na quarta-feira à noite num debate promovido pela Ordem dos Médicos sobre racionamento e racionalização de medicamentos.
Lusa