País

Bastonário da Ordem dos Médicos diz que há clínicos que estão a ser proibidos de prescrever alguns medicamentos

O bastonário da Ordem dos Médicos denunciou que há situações de clínicos que estão a ser proibidos de prescrever os medicamentos que consideram adequados para os seus doentes. 

"No futuro poderá revelar-se numa ajuda no diagnóstico precoce no cancro,  mas tem de se prosseguir a investigação para confirmar esse potencial",  disse José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos (Lusa/ Arquivo)
Miguel A.Lopes

"Há médicos que estão, neste momento, a ser proibidos de prescrever  aquilo que acham que devem para os doentes. Isso é, obviamente, inaceitável.  Devemos combater as situações de discriminação", declarou José Manuel Silva  na quarta-feira à noite num debate promovido pela Ordem dos Médicos sobre  racionamento e racionalização de medicamentos. 

O bastonário deu o exemplo da hepatite C, relatando que os novos medicamentos  antivirais estão a ser usados de forma diferente consoante os hospitais,  havendo algumas unidades que não estão a permitir a sua utilização. 

Tratam-se, segundo o bastonário, de fármacos que aumentam a taxa de  cura da hepatite C em 30% a 40% e que foram aprovados com rapidez pela  Agência Europeia do Medicamento devido ao seu "espetacular benefício na  terapêutica" da doença. 

Também o presidente da Associação Portuguesa de Bioética lamentou que  haja em Portugal "hospitais com políticas diferentes" no que se refere ao  acesso aos medicamentos.  

 "Não podemos permitir que dois hospitais separados por uma rua tenham  políticas diferentes. Um dá um medicamento num determinado cancro e o outro  não dá. Mas afinal quem é que manda neste país?", insurgiu-se Rui Nunes,  que tem contestado o parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências  da Vida sobre racionamento de medicamentos. 

Lusa

Últimas