Zhu Zhi Wen, de 38 anos, começou a sua grande jornada de bicicleta com uma bagagem reduzida. Partiu de Xangai e pedalou pelo Nepal, Índia, Tailândia, Camboja, Vietname e Laos antes de regressae ao país de origem, à província de Yunnan, no sudoeste da China. Esta foi a mais recente etapa de uma jornada que, apesar de ter começado há já 12 anos, ainda não chegou ao fim.
Noutra etapa, Zhu Zhi Wen pedalou 15.500 quilómetros de Pequim a Paris para assistir aos Jogos Olímpicos.
"Andar de bicicleta é a realização de um sonho. A paisagem ao longo do caminho ampliou a minha visão e enriqueceu a minha alma. Ao longo da jornada, conheci pessoas de diferentes países e regiões e aprendi lições valiosas através da nossa comunicação e interações. Cada pessoa que encontrei e cada experiência que tive foi única e cheia de riqueza e cor", disse Zhu Zhi Wen, em entrevista à agência Reuters.
Nascido numa pequena localidade perto da cidade de Ruijin, província de Jiangxi, leste da China, Zhu Zhi Wen aprendeu sozinho a andar de bicicleta e essa passou a ser uma paixão. O "bichinho" do ciclismo foi crescendo, bem como a vontade de correr mundo de bicicleta.
"Quando andava na escola, aprendi na aula de geografia que a Terra é redonda. Mencionei casualmente que queria dar a volta ao mundo de bicicleta e todos desataram à gargalhada", revelou à Reuters.
Apesar da falta de apoio, nunca desistiu do seu sonho. Quando era universitário, pedalou até à Região Autónoma Uigur de Xinjiang e à Região Autónoma de Xizang, no noroeste da China, durante as férias de verão, acumulando uma vasta experiência de ciclismo e sobrevivência na natureza.
Nos últimos 12 anos, Zhu Zhi Wen embarcou em várias viagens que o levaram através do desolado Deserto do Saara, da natureza selvagem e das hipnotizantes auroras do Círculo Polar Ártico e até ao coração de África, onde testemunhou o grande espetáculo da vida selvagem.
Durante estas viagens, enfrentou momentos de perigo, incluindo acidentes de trânsito e roubos, mas nada o impediu de continuar. Agora, tem milhões de seguidores em várias redes sociais que lhe dão força e alento.
"Nunca pensei que ele pudesse continuar por mais de dez anos", disse Zhu Wenfu, amigo de Zhu Zhi Wen.
O ciclista transporta consigo lembranças com elementos chineses durante as suas viagens e oferece-as às pessoas que vai conhecendo, na esperança de que compreendam melhor o seu país de origem.
"Como ciclista na estrada, se eu puder desempenhar um pequeno papel a ajudar os outros a compreenderem melhor a China, isso será um motivo de orgulho para mim", afirmou Zhu Zhi Wen.
Em breve iniciará mais viagens de bicicleta pela Oceânia e pela Antártida, realizando seu sonho de viajar pelos sete continentes.
Afinal, quantos continentes existem?
Quanto ao número de continentes que Zhu Zhi Wen afirma que quer percorrer, pode causar certa estranheza, mas o facto é que a Encyclopaedia Britannica e o World Factbook reconhecem e listam sete continentes: Ásia, África, América do Norte, América do Sul, Antártida, Europa e Oceânia.
Contudo, esta não é uma designação unânime, mesmo entre os geógrafos. Em vários países europeus é mais comum ensinar-se que existem apenas seis continentes: Europa, Ásia, África, América, Antártida, Oceânia.
Alguns geógrafos e geólogos consideram até que existem apenas as massas de terra naturalmente separadas por água, sugerindo que há só quatro continentes: a AfroEurásia (um megacontinente que agrupa África, Ásia e Europa), América, Antártica e Austrália ou Oceânia.