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China vai lançar mais duas sondas para explorar a Lua

A China acelera os planos para a construção de uma estação lunar e outra orbital.

Catarina Solano de Almeida

Ana Isabel Pinto

Após o sucesso da missão Chang’e-6, a China prepara-se para lançar mais duas sondas lunares, dando um passo decisivo para a criação de uma estação lunar internacional de investigação. O primeiro lançamento está agendado para 2026, anunciou a Administração Espacial Nacional da China (CNSA).

Segundo o plano, o Chang’e-7 será lançada em 2026 e o Chang’e-8 por volta de 2028. Enquanto a missão Chang’e-6 explorou o lado oculto da Lua, as próximas missões irão concentrar-se na área onde a China pretende construir a sua estação de investigação lunar, testando tecnologias cruciais para esse objetivo.

“Chang’e-7 vai investigar o ambiente e os recursos do polo sul lunar, enquanto Chang’e-8 validará tecnologias de utilização de recursos locais, estabelecendo as bases para a futura construção da estação de investigação. Prevemos ter o modelo básico da estação lunar pronto por volta de 2035”, afirmou Bian Zhigang, vice-diretor da CNSA.

A construção da estação será realizada em duas fases. Na primeira, será criado um modelo básico no polo sul da Lua, com capacidade para investigação num raio de 100 quilómetros.

Esta fase inclui a criação de uma rede de comunicação Lua-Terra, permitindo a conectividade entre missões de exploração lunar não tripuladas, aterragem de astronautas e cooperação internacional.

A segunda fase, prevista até 2050, focar-se-á na expansão da rede lunar, com a criação de uma estação orbital lunar e a estação do polo sul, complementadas por nós de investigação no equador lunar e no lado oculto da Lua. Este sistema permitirá uma plataforma de investigação integrada, capaz de operar de forma estável e contínua.

“Estamos a desenvolver uma estratégia que abrange a patrulha espacial, a observação da Terra e a investigação lunar. A exploração lunar tem como foco a ciência da Lua, mas também nos permitirá realizar observações astronómicas e da Terra a partir da Lua”, acrescentou o vice-diretor da CNSA.

Durante a missão Chang’e-8, a China planeia testar tecnologias de comunicação na Lua, garantindo a implementação de redes sem fios e fornecimento de energia. “Estamos ainda a investigar a possibilidade de cultivo na Lua, e a Chang’e-8 poderá conduzir importantes estudos científicos nessa área”, referiu Guan Feng, diretor do Centro de Exploração Lunar e Engenharia Espacial da CNSA.

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