A Lego informa que está no bom caminho para substituir os plásticos feitos à base de combustíveis fósseis por materiais renováveis e reciclados, até 2032. Este objetivo não será fácil de atingir, reconhece a empresa, uma vez que representará um aumento significativo dos custos de produção.
Ainda que, para já, os resultados não sejam animadores, a Lego já trabalha para deixar de lado os plásticos fabricados com petróleo até à próxima década e, para isso, já testou mais de 600 materiais distintos.
"É muito difícil porque temos padrões muito elevados para os nossos tijolos. Têm de ser seguros para as crianças brincarem, têm de ser resistentes para que os tijolos que foram feitos há 60 anos ainda possam encaixar nos tijolos que estamos a fazer hoje e muitos mais requisitos de qualidade. Por isso, tem sido bastante difícil encontrar a combinação certa para que isto aconteça", reconhece Annette Stube, chefe do gabinete de sustentabilidade da Lego.
A empresa espera reduzir gradualmente o teor de petróleo presente nos blocos de plástico e estima pagar mais de 70% pela resina renovável certificada, o plástico em bruto usado para fabricar as peças coloridas.
O diretor-executivo da Lego confirmou à Reuters que esta transação ecológica aumentará de forma significativa os custos de produção.
Alguns fornecedores da fabricante de brinquedos já estão a utilizar biorresíduos, como óleo de cozinha, gordura residual da indústria alimentar e até materiais reciclados, de forma a substituir o petróleo na produção de plástico.
Segundo o maior produtor de matérias-primas renováveis, a Neste, o plástico de origem fóssil custa cerca de metade, ou um terço, do preço das alternativas sustentáveis.
Atualmente, cerca de 90% de todo o plástico é produzido a partir de combustíveis fósseis como petróleo, de acordo com a organização Plastics Europe.