A NATO realizou uma descolagem de emergência no passado sábado, ativando a iniciativa militar Sentinela Oriental, criada para reforçar a defesa do flanco oriental, informou esta segunda-feira o Quartel-General Supremo das Potências Aliadas na Europa (SHAPE).
A operação Sentinela Oriental foi criada após a invasão do espaço aéreo polaco por 'drones' russos, na passada quarta-feira, tendo sido anunciada logo de seguida e ativada no sábado, perante o cenário de um potencial novo ataque.
"Em resposta a outra potencial ameaça dos 'drones' russos, a NATO lançou a sua primeira aeronave de combate para defender o seu espaço aéreo sob a Sentinela Oriental, uma nova iniciativa para reforçar ainda mais as suas defesas aéreas com o objetivo de proteger todos os aliados", explicou o SHAPE, em comunicado.
A este propósito, acrescentou que um avião francês e um helicóptero polaco responderam no passado sábado a uma outra potencial ameaça russa.
"A resposta foi rápida e o alerta terminou rapidamente", disse o Comandante Supremo Aliado da NATO na Europa (SACEUR), general Alexus G. Grynkewich, assegurando que não houve nenhum outro ataque russo nesse dia.
O SHAPE esclareceu que o comando operacional polaco também confirmou no domingo que não tinha ocorrido qualquer violação do espaço aéreo.
Drones sobrevoam Polónia e Roménia
No entanto, na noite de terça para quarta-feira, vários 'drones' russos foram detetados no espaço aéreo polaco e, pouco depois, abatidos por caças polacos e aliados da NATO posicionados no flanco leste, no incidente mais grave entre a Rússia e um membro da NATO em mais de três anos de guerra na Ucrânia.
O Quartel-General Supremo das Potências Aliadas na Europa observou que, no passado sábado, num incidente separado, a Roménia intercetou um 'drone' russo que entrou no seu espaço aéreo.
"Entretanto, a Aliança continua a reforçar as suas defesas aéreas sob o comando da operação Sentinela Oriental. Quatro Eurofighters alemães estão prontos para responder numa base aérea no nordeste da Polónia, e três helicópteros checos chegaram à Polónia a 14 de setembro", explicou o comando da NATO, que deu ainda nota de que a Dinamarca contribuirá com caças e uma fragata de guerra antiaérea para o Sentinela Oriental.
"Espanha e o Reino Unido anunciarão o seu apoio em breve. A Itália e a Suécia também indicaram que vão ajudar", informou o SHAPE.
Caças britânicos integram missão da NATO para vigiar espaço aéreo polaco
Na passada semana, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, explicou que esta nova iniciativa militar envolverá uma série de recursos de países aliados, como a Dinamarca, França, Reino Unido, Alemanha e outros.
"Para além das capacidades militares mais tradicionais, este esforço incluirá também elementos concebidos para enfrentar os desafios específicos associados à utilização de drones", explicou Rutte.
Inclusive, caças britânicos vão participar em missões de defesa da NATO no espaço aéreo polaco.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que "o comportamento imprudente da Rússia é uma ameaça direta à segurança europeia e uma violação do direito internacional, razão pela qual o Reino Unido apoiará os esforços da NATO para reforçar o seu flanco leste".