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Em véspera de julgamento, apoiantes de Bolsonaro reuniram-se em oração por "justiça divina"

Na véspera do julgamento de Jair Bolsonaro, dezenas de apoiantes do ex-presidente do Brasil reuniram-se em oração. Cerca de 40 pessoas, incluindo os dois dos filhos, marcaram presença na iniciativa, no exterior da casa de Bolsonaro. Pediram intervenção divina para o julgamento que arranca esta terça-feira.

SIC Notícias

O julgamento de Jair Bolsonaro e de sete membros da sua equipa por tentativa de golpe de Estado arranca no Supremo Tribunal Federal arranca esta terça-feira. Dezenas de apoiantes do antigo presidente brasileiro reuniram-se algumas horas antes em oração, pedindo intervenção divina. 

“Esperamos que o nosso presidente consiga passar por mais esta etapa. Estamos aqui a orar (...) e acreditamos na justiça. Na justiça divina e também na justiça dos homens”. 

A iniciativa decorreu no exterior da casa de Bolsonaro e os dois filhos marcaram presença. “O Brasil precisa de ser libertado desta perseguição que estamos a ter. O presidente Bolsonaro não merece estar a passar por isto. O que está a acontecer é uma coisa de muita tirania e de muita maldade”, disse outra das apoiantes do ex-presidente. 

Acusação aponta que Jair Bolsonaro foi o "principal articulador" e líder do plano de golpe de Estado

O julgamento de Jair Bolsonaro e de sete membros da sua equipa por tentativa de golpe de Estado arranca no Supremo Tribunal Federal, arriscando o ex-Presidente brasileiro uma pena de mais de 40 anos de prisão.

A acusação aponta que Jair Bolsonaro foi o "principal articulador" e líder do plano de golpe de Estado, que incluiu um plano para assassinar Lula da Silva e outras autoridades, como o juiz Alexandre de Moraes, com o Ministério Público a fundamentar os seus argumentos através de áudios, registos de reuniões, documentos, testemunhos e na confissão do ex-adjunto de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que também estará no banco dos réus.

O ex-adjunto afirmou que o ex-chefe de Estado brasileiro recebeu, leu e modificou um decreto para declarar o estado de sítio, reverter a vitória eleitoral de Lula da Silva e prender juízes do STF.

O próprio Bolsonaro reconheceu que sondou "alternativas" constitucionais porque sentiu que a Justiça o prejudicou nas últimas eleições, mas sempre negou que quisesse "dar um golpe" porque, para isso, segundo ele, seriam necessários "tanques de guerra nas ruas".

O Ministério Público afirma que, após o fracasso dos planos iniciais, os acusados incitaram a invasão às sedes dos Três Poderes, quando, em 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula da Silva, milhares de radicais atacaram as sedes dos poderes legislativo, executivo e judiciário, exigindo que as Forças Armadas derrubassem o novo Governo.

O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), presidido por um coletivo de cinco juízes, foi marcado para cinco datas: terça e quarta-feira (dias 02 e 03) e para a semana nos dias 09, 10 e 12. A decisão pela absolvição ou condenação será tomada por maioria de votos.

- Com Lusa

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