As redes sociais e os canais de vídeo na internet já são a principal fonte de informação nos Estados Unidos. Mais de metade da população norte-americana acede a notícias através destas plataformas, sem se preocupar com a veracidade ou imparcialidade da informação.
O estudo, do Instituto Reuters para o Jornalismo, revela que esta realidade favorece os populistas e a extrema-direita — e está também a expandir-se para outras partes do mundo.
17% da população mundial utiliza o TikTok
O TikTok é atualmente a rede social que mais cresce a nível global. Cerca de 17% da população mundial já utiliza esta plataforma como principal fonte de acesso a informação e notícias. O recurso à inteligência artificial também está a aumentar, sobretudo entre os mais jovens, com menos de 25 anos.
No entanto, mesmo entre os que recorrem a estas ferramentas, prevalece a perceção de que são menos transparentes, menos precisas e consideravelmente menos fiáveis do que os meios de comunicação tradicionais.
Ou seja, embora as pessoas leiam menos jornais, vejam menos televisão e ouçam menos notícias na rádio, continuam a considerar esses meios como os mais fidedignos.
O estudo foi realizado em quase 50 países e envolveu mais de 100 mil inquiridos. As conclusões mostram que, nos Estados Unidos, mais de metade da população já acede às notícias exclusivamente através das redes sociais e dos canais de vídeo online.
Facebook, X e YouTube dominam mercado
O Facebook, o X (antigo Twitter) e o YouTube continuam a dominar o mercado. No entanto, cresce também o número de canais online ligados a personalidades, movimentos ou ideologias específicas — uma tendência que, segundo o estudo, favorece particularmente a direita e a extrema-direita.
Alguns políticos já optam por dar entrevistas apenas a meios que lhes são favoráveis, recusando o contacto com a imprensa tradicional. Esta prática impede que sejam confrontados com questões mais difíceis ou forçados a dar explicações públicas.
Os chamados influenciadores estão a ganhar peso em todo o mundo. Mas, embora sejam amplamente seguidos, o estudo conclui que a maioria das pessoas os considera os principais responsáveis pela disseminação de notícias falsas nas redes sociais.
O Instituto Reuters alerta que esta não é uma tendência exclusiva dos Estados Unidos — é, cada vez mais, um fenómeno global.