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"Trump certamente que se está a candidatar ao Prémio Nobel da Paz"

Na análise à atualidade internacional, Manuel Poêjo Torres aborda a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente e a constante interferência do Presidente dos EUA neste e noutros conflitos. "Donald Trump certamente que se está a candidatar ao Prémio Nobel da Paz, porque o que quer é fazer a paz a todo custo", ironiza o comentador da SIC.

Manuel Poêjo Torres

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que a sua ausência da cimeira da NATO, no final de junho em Haia, seria uma "vitória para o líder do Kremlin, não sobre a Ucrânia mas sobre a própria Aliança Atlântica". Questionado sobre se é possível que o Presidente dos EUA, Donald Trump, vete a presença de Zelenky, Manuel Poêjo Torres responde:

"Há sensivelmente quatro semanas atrás, a equipa de Trump já tinha vindo a pública dizer que não era do interesse dos Estados Unidos contar com a Ucrânia. E pensavam, esse era o objetivo da Casa Branca, fazer uma mini-cimeira, mais tarde, paralela, ou numa data depois da Cimeira da NATO em Haia, com Zelensky e com a Ucrânia. Queriam lateralizar aquilo que é um tema fundamental para os futuros desígnios do planeamento militar e planeamento político da Aliança Atlântica.

Ora, o que é que aconteceu entretanto? Nas últimas duas semanas, o país que recebe a Cimeira e que tem alguma liberdade de manobra política, anunciou fazer um convite diretamente a Zelensky, mas uma coisa é Zelensky participar na Cimeira oficialmente estar reconhecido como nação parceira da NATO. (...) Outra coisa é ser um convidado por parte da Holanda, por parte dos Países Baixos, e não estar representado da forma como esteve no passado", explica o comentador da SIC.

Na opinião de Poêjo Torres, Donald Trump está a tentar gerir um processo negocial com a Rússia e não quer tomar posição.

A propósito do Presidente norte-americano e das guerras na Ucrânia, em Gaza, entre outros conflitos, Poêjo Torres ironiza: "Donald Trump certamente que se está a candidatar ao Prémio Nobel da Paz, porque o que quer é fazer a paz a todo custo".

"Vejamos paz em Gaza, mesmo que o sofrimento humano não termine. Paz na Ucrânia, mesmo que as linhas vermelhas da Rússia e as linhas vermelhas da Ucrânia não sejam respeitadas. Paz com o Irão também. Mas essa paz necessita de mediação. E a mediação por parte dos Estados Unidos neste momento é inútil, porque os Estados Unidos mostraram que não querem fazer parte desta negociação, porque verdadeiramente a Rússia está a brincar com todo o processo", sublinha.

Estes são os temas em análise no habitual explicador do Jornal do Dia, por volta das 13:45.

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