Depois dos ataques russos deste fim de semana, dos mais intensos desde o início da guerra, Donald Trump disse que Vladimir Putin ficou completamente louco. O Presidente norte-americano diz que está agora convencido que Putin quer mesmo conquistar todo o território ucraniano, mas isso, avisa Trump, vai levar à queda da Rússia. Para o comentador Manuel Poêjo Torres, esta declaração, embora tardia, espelha um diagnóstico há muito evidente: "a Rússia está sem qualquer tipo de travões".
"Putin não está louco agora. Está louco há muito tempo. Todo este neoimperialismo é anacrónico, expressa uma visão do mundo que é regida pela força e não pela lei e que, portanto, catapulta toda a ordem internacional para uma ordem de violência".
A ofensiva russa, em plena fase de alegadas negociações de paz, revela uma estratégia clara de pressão.
"É uma negociação para inglês ver. (...) Esta é a forma de Putin negociar: com ataques bárbaros e desproporcionados, para forçar a Ucrânia a aceitar uma paz injusta, desequilibrada. Uma paz onde o agressor fica por cima e a Ucrânia fica por baixo".
Um padrão que se repete há décadas, desde a intervenção em 2008 na Ossétia do Sul, na Geórgia, na Abcásia, à anexação da Crimeia, em 2014.
"As declarações de Trump chegam tarde, porque não foi o primeiro a expressar uma opinião e uma posição formal do seu governo. Mas acaba por dizer aquilo que todos sentimos, e já sentimos há alguns anos, que de facto esta administração russa está sem qualquer tipo de travões e que incorporou uma tendência neoimperialista de controlar todos os territórios à margem daquilo que são as suas fronteiras".
Um dos temas em análise no habitual explicador do Jornal do Dia, com Manuel Poêjo Torres, por volta das 13:45.