O governo da Eslováquia aprovou uma proposta para autorizar a venda e o consumo de carne de ursos castanhos, uma espécie protegida na União Europeia (UE).
“Vamos libertar para consumo todos os animais abatidos que cumpram determinadas condições. Porquê? Porque a carne de urso é comestível”, declarou Filip Kuffa, membro do governo eslovaco, citado pela BBC News.
Apesar de o país fazer parte da UE, o governo populista eslovaco quer levar o plano avante. Isto depois de, no último mês, ter já autorizado o abate a tiro de um quarto da população de ursos castanhos na Eslováquia.
Recentemente, houve alguns episódios de encontros fatais entre estes animais e seres humanos em território eslovaco – uma média estimada de 10 por ano. O governo da Eslováquia está a cavalgar esses casos para atacar a espécie, falando num problema de sobrepopulação.
A espécie - já extinta em Portugal, por exemplo - terá cerca de 1300 espécimes na Eslováquia.
A posição do governo eslovaco tem gerado muito criticismo entre a oposição e até no Parlamento Europeu. Conservacionistas alegam que o foco não deveria estar no abate dos animais, mas na prevenção dos ataques.
De acordo com as diretivas da União Europeia, os ursos castanhos só podem ser mortos em casos excecionais, como ameaças à segurança pública, e quando não existe qualquer outra alternativa.
O consumo de carne de urso pode também representar riscos para a saúde humana – e não basta congelá-la, secá-la ou fumá-la, para que se torne seguro comê-la. A regulação de Segurança Alimentar da União Europeia exige que toda a carne de urso seja testada em relação à presença de Trichinella - vermes que parasitam o intestino e músculos de mamíferos e que podem causar doença severa aos seres humanos.