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Trump tomou posse há dois meses e são várias as áreas de governação em pé de guerra

Continua a um ritmo febril o mandato de Donald Trump com mais despedimentos, novos detalhes quanto às políticas de migração e a decisão de encerrar em definitivo o departamento central de educação. Mas são batalhas de uma guerra longa e difícil. O presidente da reserva federal dos Estados Unidos já disse que está preocupado com as consequências das medidas, muitos juízes estão já em pé de guerra com o presidente.

Miguel Franco de Andrade

Passaram apenas dois meses desde a tomada de posse de Donald Trump e são várias as áreas de governação em pé de guerra. As manifestações contra os despedimentos em massa da administração Trump e de Elon Musk estendem-se desde os cientistas em protesto na costa leste até às instalações da SpaceX, a empresa de Elon Musk na Califórnia.

“Estamos aqui para dizer que já chega. Temos empresários multimilionários que sequestraram a nossa democracia e estão a tentar mudar o Governo para enriquecerem ainda mais. E temos comunidades aqui, dia após dia, que estão a lutar para fazer face às despesas. O nosso governo não devia servir para isso. O Elon Musk tem de se afastar”, diz Victor Sanchez, ativista. 

Com planos de eliminar o departamento federal de educação dos Estados Unidos, muitos leem nas medidas de eficiência governamental intuitos ideológicos. Em Nova Iorque, os protestos são em frente a um prédio de Trump contra o apoio dos Estados Unidos ao regresso dos ataques israelitas em Gaza.

Não muito longe dali, um juiz desafiou a detenção e decisão da administração Trump em deportar um estudante da universidade de Columbia envolvido em manifestações de apoio a Gaza.

“É absolutamente inédito. Os fundamentos que estão a ser invocados pelo Governo para revogar o visto dele e avançar com um processo de expulsão… trata.se de um residente permanente legal, de uma pessoa que vive nos EUA. Esses fundamentos são vagos e raramente utilizados. Basicamente, são uma forma de punição e retaliação pelo exercício da liberdade de expressão”, explica Ramzi Kassem, advogado do estudante detido

Outro juiz questionou o uso de uma lei do século XVIII para deportar migrantes venezuelanos. Em resposta, Trump ameaçou iniciar o processo de destituição dos juízes. 

A conflitualidade entre os dois poderes de soberania - o executivo e o judicial - já levou o Supremo Tribunal a advertir o presidente para os riscos de uma crise constitucional. 

Até na economia, associada de forma positiva a Donald Trump, a incerteza levou a uma crítica do presidente da reserva federal norte-americana.

“Pensamos que as coisa certa a fazer é esperar por uma maior clareza sobre o que a economia está a fazer”, diz Jerome Powell, presidente da reserva federal dos EU. 

Donald Trump pede tempo. As sondagens que davam níveis recorde de aprovação estão agora em queda. Ainda assim, mantêm-se acima da média dos mandatos de Trump.

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