A União Europeia vai retaliar às tarifas de Donald Trump. A resposta de Bruxelas tenta atingir produtos que são caros aos apoiantes do presidente norte-americano. No entanto, mantém-se aberta a porta ao entendimento.
Trump não recuou e, no dia em que entram em vigor as tarifas de 25% sobre o aço e alumínio europeus, Bruxelas põe em marcha a retaliação.
É longa a lista de produtos norte-americanos na mira das tarifas europeias. A lógica, adianta uma fonte comunitária, é atingir onde mais dói, ou seja, produtos que são caros aos apoiantes de Donald Trump.
Entre os visados estão a soja, produzida no estado do Louisiana, de onde é o líder do Congresso, Mike Johnson, ou a carne de vaca e de aves do Nebraska e Kansas, estados de maioria republicana. Também são afetados os eletrodomésticos, como fogões e cortadores de relva, têxteis, plásticos e até o açúcar.
O diálogo entre Bruxelas e Washington não tem funcionado, mas os europeus continuam interessados em chegar a um acordo que evite o pingue-pongue de tarifas.
A indústria francesa da cosmética já expressou o receio de entrar numa guerra comercial, temendo que, com as tarifas europeias sobre os produtos de maquilhagem, Donald Trump tome medidas semelhantes. Já a presidente do Banco Central Europeu alerta para os efeitos na inflação.
Se não houver acordo até final do mês, uma primeira leva de tarifas europeias entra em vigor a 1 de abril, incluindo sobre o bourbon e as Harley-Davidson. A segunda leva está prevista para meados de abril. No total, as tarifas podem atingir produtos no valor de até 26 mil milhões de euros.