Esta quinta-feira decorreu um encontro entre Volodymyr Zelensky e o enviado de Donald Trump a Kiev. A reunião parece não ter desanuviado a tensão entre a Ucrânia e os Estados Unidos, pelo contrário. Fontes do governo ucraniano revelaram que foi tensa a reunião entre Zelensky e Keith Kellogg. No final, até foram canceladas as declarações à imprensa.
Na Edição da Noite, da SIC Notícias, Augusto Santos Silva, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa referiu que Donald Trump está "por em prática a sua conceção das relações internacionais, marcadas pela lei do mais forte", reiterando que o presidente norte-americano é um dos "maiores admiradores" de Vladimir Putin".
"Donald Trump põe em prática a sua conceção das relações internacionais, que são relações marcadas pela lei do mais forte. Entende que os Estados Unidos são um império com a sua área de influência e por isso é que fala com aquela necessidade de vir incorporar o Canal do Panamá, a Gronelândia ou mesmo o Canadá", começou por dizer o antigo presidente da Assembleia da República.
"Entende que a Rússia tem também uma área de influência que ele se propõe respeitar. E por isso é que repercute a linguagem, o discurso do próprio Putin. Na prática, Donald Trump é um dos maiores admiradores que hoje, infelizmente, Putin tem", acrescentou.
Questionado sobre se as mini-cimeiras de Macron para a paz na Ucrânia são indicadores de que o projeto europeu está a falhar, Santos Silva afirmou que são apenas "iniciativas voluntárias e desgarradas" do presidente francês e que não põem de lado a União Europeia e incluem países como o Reino Unido.
Com as eleições presidenciais na agenda do panorama político nacional, Augusto Santos Silva abordou os possíveis candidatos socialistas, referindo que ainda "não é tarde para a apresentação das candidaturas" mas que já podia haver uma "clarificação de intenções por parte de alguns nomes" que têm sido avançados à corrida a Belém.