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Atropelamento nos EUA: "É descabido associar imigração ao aumento da criminalidade"

Donald Trump já reagiu ao ataque que matou 10 pessoas em Nova Orleães, nos Estados Unidos, e associou o crime e o aumento da criminalidade à imigração. No entanto, não há "dados suficientes" que suportem o discurso do Presidente eleito dos EUA.

Daniel Pascoal

Um carro foi contra um grupo de pessoas que celebrava a passagem do ano, em Nova Orleães, nos EUA. 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas. Ainda faltam informações sobre o suspeito do atropelamento, mas Donald Trump já reagiu ao "ato de pura maldade", associando-o à imigração ilegal.

"A taxa de criminalidade no nosso país está num nível que ninguém nunca viu antes. (...) A Administração Trump apoiará totalmente a cidade de Nova Orleães, enquanto é investigado e se recupera deste ato de pura maldade!", lê-se na publicação feita por Donald Trump na sua rede social.

O coronel Francisco Rodrigues, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), realça que este tipo de discurso, que liga a imigração ao aumento da criminalidade, “não existe só na realidade americana”, sendo comum em vários países do mundo, “também em Portugal”. No entanto, faltam factos que o comprovem.

“Acho que, enquanto não houver dados suficientes que permitam afirmar isso, é de todo descabido estar a associar a imigração ao aumento da criminalidade”, diz Francisco Rodrigues.

O que se sabe sobre o suspeito do ataque?

As autoridades norte-americanas identificaram o suspeito do ataque em Nova Orleães como Shamsud Din Jabbar, um homem de 42 anos, que morreu após um tiroteio com a polícia.

Pouco se sabe, para já, sobre a sua identidade. A CNN Internacional avança que se trata de um homem com nacionalidade norte-americana, mas a única informação oficial avançada pelas autoridades é o nome e a idade do suspeito, que foi abatido.

Também à CNN Internacional, duas fontes da polícia informaram que o suspeito transportava consigo uma bandeira do Daesh no momento do ataque, que é tratado “como um possível ato de terrorismo”

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