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Banco Central Europeu aponta fraco crescimento económico para o próximo ano

Christine Lagarde recordou o "crescimento moderado no primeiro semestre deste ano" da Zona Euro, após cinco trimestres de estagnação, com uma recente melhoria no PIB real no terceiro trimestre.

Susana Frexes

Bruno Andrade

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) aponta para o fraco crescimento da economia europeia. Christine Lagarde acredita que a retoma pode ganhar fôlego mais à frente mas avisa para os riscos geopolíticos.

A taxa de inflação baixou nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda se encontra acima do objetivo de 2% fixado pelo BCE para a estabilidade dos preços.

Em meados de outubro, o BCE baixou a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base para 3,25%, sendo que este foi o terceiro corte do ano, num contexto de moderação da inflação e de abrandamento da atividade económica a curto prazo.

Christine Lagarde recordou precisamente o "crescimento moderado no primeiro semestre deste ano" da Zona Euro, após cinco trimestres de estagnação, com uma recente melhoria no Produto Interno Bruto (PIB) real no terceiro trimestre, de 0,4%, impulsionado em parte por fatores temporários como os Jogos Olímpicos de Paris.

"No entanto, os dados baseados em inquéritos sugerem que o crescimento será mais fraco a curto prazo, devido ao abrandamento do crescimento no setor dos serviços e à continuação da contração na indústria transformadora, [mas], numa fase posterior, a recuperação económica da zona euro deverá começar a ganhar algum fôlego [já que] se prevê que as despesas de consumo aumentem à medida que os rendimentos reais aumentam e que o investimento recupere à medida que o impacto da anterior contração da política monetária se desvanece", elencou.

Ainda assim, Christine Lagarde adiantou que "as perspetivas económicas a médio prazo são, no entanto, incertas e dominadas por riscos negativos".

"Os riscos geopolíticos são elevados, com ameaças crescentes ao comércio internacional, e os elevados níveis de abertura comercial e de integração nas cadeias de abastecimento mundiais tornam a zona euro vulnerável a choques externos, com potenciais barreiras comerciais que ameaçam a indústria transformadora e o investimento", acrescentou.

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