O Banco Central Europeu (BCE) alerta para o risco de uma crise financeira internacional. Depois da crise de 2008, o supervisor europeu tem receio de que as dívidas soberanas voltem a assombrar os governos da Zona Euro.
12 anos depois, o fantasma pode regressar. Quem avisa é o próprio BCE e o fantasma da dívida pública, que assombrou a Zona Euro.
Em 2010, e que levou à intervenção da Troika em vários países parece estar de volta, mas por enquanto é apenas um receio.
O relatório da Estabilidade Financeira publicado esta quarta-feira pelo regulador europeu teme défices elevados, um lento crescimento da economia e incerteza política em países como França e Itália.
Podem colocar por isso as dívidas públicas em valores recorde e são novamente os países do Sul que geram preocupação mas ao contrário de há 10 anos, Portugal apresenta agora juros da dívida mais baixos.
A Alemanha, França e Itália pagam, por exemplo, juros superiores a Portugal e têm a dívida pública acima de 100% do PIB. Ainda assim, os juros das dívidas soberanas ainda estão longe daqueles registados no auge da crise em 2012.
Apenas Portugal, Irlanda e Chipre estão segundo o BCE num ritmo de manutenção da dívida.
Refere também que existe uma bolha financeira em torno das empresas de Inteligência Artificial cotadas em bolsa e que a baixa produtividade são também riscos para uma nova crise.
Para além dos riscos que pairam sobre as dívidas há países que já estão com défice excessivo como Bélgica, Espanha, França, Grécia e Itália.
Sinais de alerta que o Banco Central Europeu quer deixar claro de uma forma que não é comum e da outra crise de que já ninguém fala mas que todos se lembram.
Foi a Mário Draghi que coube salvar o Euro através da compra de dívida do BCE aos estados em dificuldades.