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Trump promete impor tarifa de 25% sobre produtos vindos do México e do Canadá

Pequim avisa que ninguém sairá vencedor de uma guerra comercial. Trump prometeu assinar uma ordem executiva para impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos oriundos do México e do Canadá, e tarifas adicionais sobre a China.

Cristina Neves

Donald Trump assegura que mal entre na sala oval vai assinar um decreto presidencial para impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos oriundos do México e do Canadá.

Na publicação nas redes sociais, Trump alega que é parte de um esforço para reprimir a migração e o tráfico de droga, sobretudo, de fentanil, no centro de uma grave crise de toxicodependência nos Estados Unidos..

Estende a responsabilidade pela crise dos opióides à China, a quem promete cobrar uma taxa extra de 10%. Durante a campanha chegou a ameaçar impor tarifas superiores a 60% sobre todos os produtos chineses.

Trump não detalha como pretende impor a medida. Analistas lembram que tem um instrumento, a Lei sobre os Poderes Económicos, que permite ao Presidente controlar as transações comerciais se declarar uma emergência internacional.

Os Estados Unidos são o maior importador de bens do mundo, sobretudo dos países na mira de Trump, que por sua vez podem impor tarifas de retaliação sobre os produtos norte-americanos. 

Quem vai pagar a factura são os contribuintes e os consumidores, já que naturalmente os preços dos produtos taxados vão aumentar e para alguns nem sequer há alternativas no mercado. A decisão viola, ainda, o acordo de comércio livre entre os Estados Unidos, o Canadá e o México, revisto e assinado por Trump em 2018. 

Mais de três quartos de todas as exportações do Canadá são com os Estados Unidos. Já o México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos. As novas taxas podem abalar seriamente as economias dos dois países.

No primeiro mandato Trump acabou por ceder, um ano depois de impor tarifas sobre o aço e o alumínio ao Canadá. Pode tratar-se de uma táctica de negociação antes da tomada de posse mas paira a ameaça de uma guerra comercial, sobretudo com a China.

Por enquanto, Trump não fez qualquer anúncio em relação à aplicação de taxas alfandegárias sobre produtos europeus, apesar de ter manifestado a intenção na campanha eleitoral.

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