O plano italiano de envio de migrantes resgatados do Mediterrâneo para a Albânia continua a gerar polémica. A estratégia da primeira-ministra Giorgia Meloni divide os eurodeputados.
O governo italiano choca de frente com o tribunal que ordenou o regresso a Itália dos migrantes enviados para a Albânia, por considerar que os países de onde vêm - Egito e Bangladesh - não são seguros.
Giorgia Meloni discorda e mexe na legislação para evitar que os juízes voltem a dinamitar o plano que passa pelo envio de migrantes resgatados do mar para fora da fronteira da União Europeia, enquanto aguardam por uma decisão.
A medida divide os eurodeputados, mas, juntos nas críticas, estão, contudo, PS e PSD.
“Não estamos a falar de dinheiro. Estamos a falar de vidas. A política de externalização das fronteiras é, verdadeiramente, um erro, porque destrói a vida das pessoas”, declarou a eurodeputada socialista Ana Catarina Mendes.
“Os passos para que haja acolhimento – nomeadamente, os pedidos de asilo – devem ser dentro do país”, defendeutambém o eurodeputado social-democrata Paulo Cunha. “Nós discordámos dessa solução.”
O PSD afasta-se da linha do Partido Popular Europeu, já o CDS mostra-se alinhado com a família europeia.
"Existem muitas questões ainda em aberto. Quanto tempo é que essas pessoas poderão ficar nesses centros? Se, efetivamente, não for possível o repatriamento, o que é que se faz?”, expõe a eurodeputada centrista Ana Miguel Pedro. Ainda assim, afirma acreditar que a medida “faz sentido”.
O debate europeu sobre migrações aquece, ainda semsoluções e acordos à vista.