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PS e PSD juntos nas críticas ao governo de Itália por enviar para fora migrantes que pedem asilo

Itália está a enviar para campos de detenção na Albânia os migrantes que pedem asilo no país. A medida não é consensual dentro da União Europeia, mas, no que aos portugueses diz respeito, mereceu a reprovação tanto dos socialistas como dos sociais-democratas.

Susana Frexes

O plano italiano de envio de migrantes resgatados do Mediterrâneo para a Albânia continua a gerar polémica. A estratégia da primeira-ministra Giorgia Meloni divide os eurodeputados.  

O governo italiano choca de frente com o tribunal que ordenou o regresso a Itália dos migrantes enviados para a Albânia, por considerar que os países de onde vêm - Egito e Bangladesh - não são seguros. 

Giorgia Meloni discorda e mexe na legislação para evitar que os juízes voltem a dinamitar o plano que passa pelo envio de migrantes resgatados do mar para fora da fronteira da União Europeia, enquanto aguardam por uma decisão. 

A medida divide os eurodeputados, mas, juntos nas críticas, estão, contudo, PS e PSD. 

“Não estamos a falar de dinheiro. Estamos a falar de vidas. A política de externalização das fronteiras é, verdadeiramente, um erro, porque destrói a vida das pessoas”, declarou a eurodeputada socialista Ana Catarina Mendes. 

“Os passos para que haja acolhimento – nomeadamente, os pedidos de asilo – devem ser dentro do país”, defendeutambém o eurodeputado social-democrata Paulo Cunha. “Nós discordámos dessa solução.” 

O PSD afasta-se da linha do Partido Popular Europeu, já o CDS mostra-se alinhado com a família europeia. 

"Existem muitas questões ainda em aberto. Quanto tempo é que essas pessoas poderão ficar nesses centros? Se, efetivamente, não for possível o repatriamento, o que é que se faz?”, expõe a eurodeputada centrista Ana Miguel Pedro.  Ainda assim, afirma acreditar que a medida “faz sentido”.  

O debate europeu sobre migrações aquece, ainda semsoluções e acordos à vista.

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